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Justiça determina a retomada dos trabalhadores do metrô

Justiça ainda suspendeu liberação de catracas e multa em caso de descumprimento da medida é de 500 000 ao dia

Por Clayton Freitas, Hyndara Freitas
Atualizado em 23 mar 2023, 14h07 - Publicado em 23 mar 2023, 12h52
Estação de Metrô fechada
 (Clayton Freitas/Veja SP)
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Em audiência nesta quinta-feira (23), o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região determinou que o efetivo do metrô volte ao trabalho e suspendeu a liberação das catracas das estações, que havia sido anunciada pelo próprio governo estadual mais cedo.

A multa prevista em caso de descumprimento é de 500 000 reais ao dia.

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Segundo a determinação, nos horários de pico (entre 6h e 10h e entre 16h e 20h) deve ser mantido 80% do efetivo trabalhando. Nos demais horários, 60% da força de trabalho deve ser mantida. As linhas paralisadas transportam cerca de 3 milhões de pessoas por dia.

A decisão é do desembargador plantonista Ricardo Apostolico Silva. “Considerando as circunstâncias e urgência do caso, e diante da manifestação expressa da empresa pela recusa ao procedimento de liberação das catracas, entendo pela necessidade de estabelecer certos parâmetros para o regular exercício do movimento paredista”, escreveu o magistrado.

Radial leste congestionamento greve metrô

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Greve do metrô: Radial leste na altura da estação Belém

A greve paralisou totalmente a operação das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. As linhas 4-Amarela e 5-Lilás continuaram operando normalmente, já que são operadas por consórcios cujos trabalhadores não são vinculados ao Sindicato dos Metroviários. As linhas de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também operam normalmente. A greve levou a lotação dos ônibus e trânsito de mais de 800 km  na capital.

A decisão judicial foi proferida após um verdadeiro empurra-empurra entre o governo do estado e o Sindicato dos Metroviários. O Metrô havia informado perto das 9h que havia decidido liberar as catracas para que todos os usuários pudessem utilizar o sistema.

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Cerca de uma hora depois, o sindicato dos trabalhadores informou que já estava tudo pronto para a retomada, segundo Camila Lisboa, a presidente da entidade.

O sindicato foi procurado para comentar o assunto mas não respondeu até a conclusão deste texto.

Assim que souberam da liberação das catracas, muitos usuários, inclusive alguns que estavam nos ônibus lotados, foram até as estações e chegaram a aguardar três horas pela abertura dos portões. Ate por volta das 13h30 elas permaneciam fechadas.

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+ Mesmo após metrô aceitar liberar catracas, estações permanecem fechadas

Passageiro aguarda a retomada da Linha 1 - Vermelha.

Passageiro aguarda a retomada da Linha 1 – Vermelha.

 

Nas estações, funcionários do Metrô reclamam que o governador “voltou atrás” de sua própria palavra. Eles disseram que tudo já estava pronto para começar a operação às 11h. Muitos eram procurados, de forma às vezes exaltada, pelos usuários para dar explicações. A ansiedade aumentava toda vez que os passageiros  viam a movimentação dos trens do metrô.

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Greve do metrô: passageiros esperam sentados no chão pela abertura da estação Belém da linha 3-Vermelha do Metrô

Greve do metrô: passageiros esperam sentados no chão pela abertura da estação Belém da linha 3-Vermelha do Metrô

Entretanto, os funcionários disseram que aguardavam a liberação pelo CCO (Centro de Controle de Operações), do Metrô, o que não havia ocorrido até as 13h30. A entrada era permitida apenas para funcionários dos quiosques de serviços oferecidos nas estações. Neste ínterim, o governo acionou a Justiça e conseguiu a liminar.

Por volta das 13h30, a reportagem esteve em estações das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha e o cenário permanecia o mesmo: pessoas sentadas no chão, sem previsão de quando conseguirão embarcar e buscando alternativas de ônibus ou trem para chegar aos seus destinos.

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