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Artistas de origem indígena unem sons em festival

Os ritmos tradicionais indígenas se misturam com rap, MPB, funk e heavy metal

Por Juliene Moretti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 nov 2019, 12h15 - Publicado em 8 nov 2019, 06h00

Quando Renata Machado Tupinambá, a Aratykyra, e Anápuáka Muniz Tupinambá HãHãHãe criaram a web rádio Yandê, em 2013, a ideia era abrir espaço para a música indígena. A princípio, tinham quinze projetos autorais que misturavam sons como rap, funk, MPB, forró e heavy metal — hoje, são 250. No fim do mês, a iniciativa ganha o palco com o YBY Festival. “Assim como a população negra, a gente está começando a se organizar. Quem sabe, um dia, vira um Lollapalooza”, brinca Iara Vicente, da Nossa Terra Firme, startup responsável pela produção do evento.

Brisa Flow: busca das raízes (Larissa Machado/Divulgação)

Uma das catorze atrações escaladas é Gean Ramos, do povo pancararu, de Pernambuco. “Para viver de música, fui para Brasília cantar MPB em barzinhos”, lembra ele. Depois de uma das voltas à aldeia, decidiu versar sobre o dia a dia no povoado. O resultado mais recente está em Inversões, disponível no Spotify e no Deezer. “Existe um movimento de resgate da própria origem”, diz Zândhio Huku, da banda de metal Arandu Arakuaa.

Quarteto Brô: os primeiros no rap guarani-kaiowá (Higor Lobo/Divulgação)

A turma ainda não produziu hits, mas investe em ritmos populares, como o funk. É o caso de Nory Kayapo, do Pará, de 21 anos. No refrão de Hina Hina, porém, nada de letras maliciosas. “Falo da festa a que todo mundo quer ir”, diz Kayapo. “Meu sonho é conhecer o KondZilla.” Entre os artistas que escolheram São Paulo para morar está Brisa Flow, que adota o rap como forma de expressão.

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Nascida em Minas Gerais, seus pais são do território Wallmapu, entre o Chile e a Argentina. “As pessoas têm a ideia de que a população indígena está presa no passado, o que não é verdade”, explica. Algumas tradições, porém, são mantidas. O quarteto de rap Brô Mc’s, por exemplo, fez questão de que os líderes das aldeias Jaguapiru e Bororo (MS) endossassem as faixas e os shows.

> Festival YBY. Unibes Cultural. Rua Oscar Freire, 2500, Sumaré. Dia 29 de novembro, a partir das 15h; dias 30 de novembro e 1º de dezembro, a partir das 14h. Grátis.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 13 de novembro de 2019, edição nº 2660.

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