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Superlotado, hospital Santa Marcelina fecha parte de PS

A unidade foi autuada pela Vigilância Sanitária Estadual por falta de equipe e problemas estruturais

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 6 dez 2017, 12h32 - Publicado em 6 dez 2017, 12h31

Parte do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) do Hospital Santa Marcelina, instituição filantrópica de referência em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, está suspensa desde esta terça-feira, 5. O fechamento ocorreu após a unidade, superlotada, ser autuada pela Vigilância Sanitária Estadual por falta de equipe e problemas estruturais. 

O pronto-socorro (PS) da unidade está com parte do atendimento suspensa. Também houve interdição parcial da ala de internação cirúrgica, do Ambulatório de Quimioterapia e de uma das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto – todos de atendimento exclusivo do SUS. Já serviços privados e para convênios estão normais.

Na unidade, há 24 000 atendimentos mensais – 87% pelo SUS. O PS Clínico tem vinte leitos, mas atende cinquenta pacientes diariamente, em média. O PS Cirúrgico tem catorze e atende quarenta. 

Nesta terça, uma funcionária estava no PS adulto, instruindo potenciais pacientes, enquanto um banner trazia a lista de dezesseis Unidades Básicas de Saúde e de Assistência Médica Ambulatorial que deveriam ser procuradas para atendimentos que não fossem de “emergência ou urgência”.

“Foi constatada insuficiência de profissionais para o atendimento e problemas estruturais, tais como falta de ventilação e ausência de espaço físico adequado para acomodar os pacientes”, informou a Vigilância Sanitária. “Casos de extrema urgência devem continuar a ser recebidos pela unidade”, completa.

Segundo Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde, não é só a superlotação do espaço físico que define uma interdição. “Depende das condições de atendimento, ou seja, os recursos humanos e materiais. O hospital estava com três vezes mais pacientes do que o adequado. Isso aumenta riscos de infecções e falhas na assistência”, disse.

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O PS do SUS, disse o Santa Marcelina, não está recebendo ambulâncias. “De demanda espontânea, usuários que chegam à unidade recebem a informação da restrição no atendimento e são orientados a buscar outro serviço na região”, informou. “Casos classificados como vermelho, considerados pacientes graves, com risco iminente de morte, são admitidos e atendidos na unidade.”

Mudança

Para absorver a demanda, a Secretaria Municipal de Saúde disse que reorganizou a rede e deu prioridade a atendimentos de risco. Casos sem gravidade são levados a outras unidades da região. Já atendimentos de alta complexidade são feitos no hospital do Tatuapé. 

Transtornos

No início da tarde desta terça, a quantidade de pacientes aguardando atendimento no Hospital Municipal Professor Waldomiro de Paula era tanta que um visitante gritava em voz alta o nome de quem era chamado para acelerar o trabalho.

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O local foi um dos mais procurados por potenciais pacientes do Hospital Santa Marcelina, localizado a menos de cinco quilômetros de distância. “Você pode vir aqui em qualquer horário que nunca está vazio. E o Santa Marcelina é cinquenta vezes mais cheio”, disse o desempregado Paulo Campos, de 27 anos.

Moradora de Itaquera, a quinze minutos a pé do Santa Marcelina, a comerciante Zina Pontes, de 50 anos, foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para atendimento no Waldomiro de Paula. Ela classificou o local como “um inferno”. “Se eu soubesse que seria assim, não teria deixado me trazerem para cá”, disse. “Se o atendimento fosse melhor, as pessoas não precisariam vir tanto.”

Segundo pacientes, entre atendimento inicial, exames e avaliação dificilmente se sai do local em menos de quatro ou cinco horas, pois o movimento costuma ser sempre intenso. “Já fiquei sete horas sem ser atendido aqui”, disse o jardineiro Paulo dos Santos, de 38 anos. 

No Waldomiro de Paula, uma mulher que não quis se identificar relatou ter ficado uma semana internada em uma maca do Santa Marcelina há dois anos. “Os médicos e os enfermeiros tinham de tirar um paciente do caminho para conseguir chegar a outro. Não tinha como fazer o trabalho direito. Eles ficavam revoltados, não tinha como trabalhar”, relatou.

Em nota, a Autarquia Hospitalar Municipal disse que “as unidades da região leste estão preparadas para absorver o aumento de demanda”. É importante, segundo o órgão, “destacar que os atendimentos ocorrem de acordo com a classificação de risco e os casos mais graves têm sempre prioridade.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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