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Grifes de moda periguete já faturam quase 150 milhões de reais por ano

Confecções especializadas em roupas justas e ousadas para mulheres se concentram no bairro do Brás

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 14h15 - Publicado em 26 jul 2014, 12h00

Reduto das igrejas evangélicas e do comércio popular, o Brás começa a ficar conhecido agora também como o polo da moda periguete. As principais grifes que apostam nos modelos  de saias, tops e calças justíssimos nasceram no bairro (veja na galeria acima algumas das peças que fazem mais sucesso). Pioneira na cidade nesse nicho de mercado, a grife batizada com o nome da empresária Nathalia Freitas abriu as portas há dois anos. Hoje, a empresa possui três fábricas encarregadas de distribuir as peças para 2 500 revendas em todo o país. “Tem periguete até no Acre!”, comemora Nathalia. Depois dela, outros cinco negócios do tipo surgiram por aqui:  Limone, Lipsoulgirls, Max Glamm, Chocolate Doce e Miss&Misses. Em sua maior parte, as clientes são jovens como Isabella Marchi, de 18 anos, que  trancou em janeiro a faculdade de arquitetura e não trabalha. Contudo, é acompanhada por mais de 7 000  garotas no Instagram. “Minhas seguidoras se inspiram nos meus looks e me tornei referência”, gaba-se a morena, que bate salto todos os fins de semana em baladas como a Villa Mix e a Disco.

+O ataque das periguetes em São Paulo

+Cada periguete tem seu próprio estilo

O polo de moda periguete do Brás não enfrenta um problema comum às outras empresas do setor, que é a forte concorrência das confecções asiáticas.  “Os chineses não conhecem o corpo da mulher brasileira e, por isso, têm dificuldades para entrar modelos de sucesso”, afirma Rafaella Santos, dona da Max Glamm, que lança  seis coleções anuais (com muito brilho, tule e renda). Uma matéria-prima fundamental para o negócio é elastano, fibra sintética que dá elasticidade e realça todos os dotes das meninas. Vem sendo usado à exaustão em saias, tops e calças. “As brasileiras são gostosas e criamos roupas para mulheres sexys”, entende Alia Saiegh, da Chocolate Doce. A internet ajuda nas vendas das empresas. “Envio peças de presente para meninas influentes nas redes sociais. Em troca, elas fotografam o look e inserem a minha marca nas hashtags. Uma lojista da Bahia me encontrou dessa maneira e realizou um pedido de 10 000 peças”, comemora Nathalia Freitas. Assistentes de palco e dançarinas também dão um gás nas divulgações. Contratadas para estrelar os catálogos e acabam virando musas inspiradoras para as anônimas, que desembolsam cerca de 250 reais por um vestido no padrão periguete.

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