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Grafite em apoio a comunidade LGBT no Minhocão será apagado

Contrato entre empresa que encomendou a obra e a administração do prédio venceu em agosto

Por Ricardo Chapola, Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
21 ago 2019, 09h04

Parte de grafite com um manifesto em defesa da comunidade LGBT pintado na parede lateral de um dos prédios que margeiam o Minhocão, no centro de São Paulo, amanheceu apagado nesta terça-feira (20).

A imagem do mural retratava uma transexual abrindo as asas junto com a mensagem “a arte resiste”. Na parte inferior do painel, uma multidão que se divide entre quem apoia e quem julga a diversidade de gênero.

O mural era parte de um novo formato de anúncio para divulgar a vodca Absolut. Foi pintado em 2017 pela artista trans Patrick Rigon, com curadoria da empresa Instagrafife.

Fundadora da companhia, Marina Bortoluzzi explicou que o mural começou a ser apagado porque o contrato da Absolut com a administração do prédio onde a obra foi feita encerrou em agosto. “A empresa manteve o mural por dois anos pagando um aluguel anual bem alto para o prédio”, afirma Marina.

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“O prédio decidiu então manter o prédio em sua cor original. Infelizmente os síndicos e a administração dos prédios não têm noção do impacto que nossos murais inspiram nas pessoas”.

A reportagem não conseguiu contato com a síndica do edifício Lang, onde o painel estava exposto.

Rigon lamentou a decisão de apagar o mural. “A arte ganhou vida própria, algo natural na arte urbana. Cresceu mais do que o esperado”, afirma. “É muito lindo saber que a arte tocou tantas pessoas. Mas a arte urbana tem seu lado ruim que é a de ser efêmera. De ser destruída por poderes comerciais”.

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A artista disse ainda que a retirada da obra representa uma perda para a comunidade LGBT. “O mural já era um símbolo, um marco de representatividade para esse público. E a tinta bege ganhou outro significado”, afirma. “Uma obra sendo enterrada, apagada com uma grossa camada de cal, numa analogia ao que fazem com a vida de pessoas trans”.

Em nota, a Absolut informou que, apesar de o contrato ter sido encerrado, a empresa continua apoiando a causa LGBT. “A Absolut continua apoiando a causa LGBTQI+ na capital paulista com o Projeto AB de capacitação profissional”, diz o texto. “A iniciativa almeja gerar empregabilidade e fomentar o empreendedorismo, conectando membros da comunidade às oportunidades do mercado de trabalho”.

Segundo a companhia, 133 pessoas passaram pelas oficinas de capacitação até agora. Elas receberam cursos de bartender, fotografia, videomarker, hostess, segurança e outras ocupações do universo de produção cultural.

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