“Pensei em mochilas com asas”, diz grafiteiro sobre nova pintura em Suzano

Obra anterior foi apagada; novo projeto será enviado para que a diretoria da escola aprove

Por Matheus Prado
Atualizado em 2 abr 2019, 15h48 - Publicado em 2 abr 2019, 15h30

Peça retratava o rosto das vítimas do massacre (Francisco Kleison/Arquivo Pessoal/Veja SP)

O artista plástico Francisco Kleison, responsável pelo mural que homenageava as vítimas do massacre de Suzano, espera poder pintar os muros da Escola Estadual Raul Brasil novamente. Ele e sua equipe estão preparando um projeto que será analisado pela diretoria do colégio. A ideia é que a temática dos grafites seja a própria vida dos alunos, envolvendo materiais escolares e estudantes.

Perguntado sobre a primeira obra, que foi tampada com tinta azul na última sexta-feira (29), esclarece que ele mesmo apagou o trabalho. “No início, quando eu tive a autorização para pintar o muro, ressaltei que seria uma homenagem momentânea. Combinei com a instituição e fui lá com a minha equipe”, explica. Também ficou acertado com a direção que proporia um novo projeto para ocupar a fachada do local.

Como o primeiro grafite foi impactante demais para os sobreviventes do atentado, Kleison conta que, se for homenagear as vítimas novamente, apostará em algo mais sutil. “Pensamos, por exemplo, em fazer mochilas com asas, mas isso ainda está sendo analisado pela escola”, finaliza.

O grafiteiro, oriundo da Baixada Santista, tem como foco a pintura em ambientes escolares. Ele acredita que “a arte e o grafite chamam atenção dos jovens, e alguns deles, após verem nosso trabalho, ficam com vontade de seguir este caminho”.