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Fast-foods mexicanos ganham mercado brasileiro

Em meio à crise dos restaurantes, as redes Taco Bell, Rints e Mexcla investem para crescer nas praças de alimentação dos shoppings

Por Fábio Galib
20 abr 2017, 20h40
Taco Bell, no Center 3, na Avenida Paulista: a loja da rede foi aberta em março com filas (Divulgação/Veja SP)
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Não é preciso ser muito observador para perceber que a vida não anda fácil para os donos de restaurante. Há mesas vazias, promoções de todo tipo para atrair a clientela e casas encerrando as atividades.

Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) confirma essa percepção: de acordo com a entidade, 33% dos bares e restaurantes do país entraram em 2017 com a operação no prejuízo. Pior: um em cada seis endereços avalia que não terá condições de se manter no mercado até o fim do ano.

Muita gente, contudo, vê um prato cheio de oportunidades na crise. Grandes redes de fast-food especializadas em comida mexicana têm investido pesado em expansões, sobretudo nas praças de alimentação dos shoppings. “Temos dez unidades na capital, todas abertas nos últimos seis meses, e a meta é dobrar esse número até o fim do ano”, diz Michel Chaim, gerente-geral no Brasil da americana Taco Bell, famosa pelos tacos e burritos. “Vimos no atual momento uma boa oportunidade de crescer, com bons pontos disponíveis.”

Acervo Mexcla / Alexandre Cappi Photography
Mexcla: restaurante mexicano pertence ao grupo Bloomin’ Brands, do Outback, Abbraccio e Fleming’s (Acervo Mexcla / Alexandre Cappi Photography/Veja SP)

Somente neste ano, foram inauguradas unidades em shoppings como Center 3, Morumbi, Bourbon e Aricanduva. Neste primeiro semestre, SP Market, Pátio Paulista e Metrô Tatuapé também devem receber lojas da rede. Chaim calcula que o investimento em cada unidade fique entre 2 e 2,5 milhões de reais. “O shopping é muito importante no cotidiano do paulistano.

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Oferece comodidade, segurança e variedade de opções”, avalia. Além da Taco Bell, outra rede tex-mex a desembarcar por aqui é a Mexcla, que tem por trás o grupo americano Bloomin’ Brands, dono também dos restaurantes Outback, Fleming’s e Abbraccio.

A rede possui sete unidades na capital, a mais recente delas aberta no fim de março no Shopping Metrô Santa Cruz, além de uma na cidade de Campinas. Todas foram inauguradas em um intervalo de dezoito meses. “Não podemos divulgar nossos planos em números específicos, mas devemos ter novas lojas em breve”, adianta Ryan Trierweiler, CEO da marca.

“Continuaremos com essa expansão agressiva para o futuro.” Na Mexcla, o cliente é quem monta seu taco, burrito ou mesmo uma salada ou bowl com os ingredientes expostos no balcão. “Não somos um restaurante mexicano tradicional, queremos que o consumidor experimente novas combinações”, explica Trierweiler.

rints comida mexicana
O novato Rints: o cliente escolhe os ingredientes para montar um taco ou burrito (Divulgação/Veja SP)

Esse mesmo modelo de negócio é seguido pela Rints, em funcionamento desde janeiro no Shopping Light. Com um grupo de investidores egresso do mercado financeiro por trás do negócio, a novata prevê a abertura de 150 lojas próprias em cinco anos, com uma expectativa de investimento total de 100 milhões de reais e foco inicial em São Paulo. “As projeções para o primeiro trimestre foram atendidas”, comemora Patrice Lamiral, responsável pelo marketing da marca.

Cortesias que não se viam em restaurantes do gênero, como água de graça e Wi-Fi, ajudam a atrair a clientela. Além, é claro, do preço: um combo com burrito, nacho e refrigerante com direito a refil sai por 25,70 reais. Na esteira da invasão mexicana, centros de compras estão ampliando ou renovando as áreas dedicadas à alimentação. É o caso do Center 3, na Avenida Paulista, que ganhou unidades do Taco Bell e da Mexcla.

Hoje, os restaurantes rápidos representam quase um terço de suas 140 lojas e estão espalhados pelos quatro andares. Um novo espaço está preparado para receber dez outros pontos. “Negociamos com o cinema a devolução de uma parte do 3º piso para aumentar o mix de operações gastronômicas”, diz Marcos Romiti, presidente da Nassau Empreendimentos, gestora do shopping, pelo qual passam até 50 000 pessoas por dia.

Segundo ele, a crise atual do mercado de certo modo até fortaleceu o setor. “As pessoas não deixaram de comer fora, mas o gasto médio diminuiu, o que tem favorecido as redes de fast-food.”

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