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Após estupro, USP acelera adoção de novo modelo de policiamento

Estudante da Faculdade de Economia e Administração foi violentada na Praça do Relógio no mês passado

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h15 - Publicado em 23 jul 2015, 09h33

Após o registro de um caso de estupro dentro da Cidade Universitária, na Zona Eeste, a Universidade de São Paulo (USP) e a Secretaria de Estado da Segurança Pública estão apressando a implementação de um novo modelo de policiamento no câmpus.

A Polícia Comunitária, que terá de 80 a 120 policiais, deve entrar em funcionamento até setembro. Antes, a previsão era de início até dezembro. Uma estudante de 17 anos, da Faculdade de Economia e Administração (FEA), foi estuprada no dia 15 de junho na Praça do Relógio – não há nenhuma câmera de segurança instalada no local.

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A jovem seguia para o Restaurante Universitário, por volta das 18 horas, quando foi seguida por um homem, que a ameaçou com uma faca e a violentou. O Boletim de Ocorrência sobre o caso só foi registrado no início de julho. O reforço de segurança na universidade havia sido anunciado em maio, após nova escalada nos registros de assalto e sequestros relâmpagos na Cidade Universitária.

Hoje, 22 policiais militares circulam pelo câmpus até as 23 horas e há somente 59 câmeras para monitoramento. De acordo com o secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, além de aumentar o número de policiais no câmpus, a segurança não será mais feita por um batalhão de área, mas por uma companhia especializada e que está sendo treinada para o policiamento comunitário.

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“Essa companhia está sendo treinada especificamente para isso, porque o policiamento comunitário tem muitas diferenças do comum. Já estamos em fase final de implementação, que não pode ser imediata porque estamos em reuniões com os três usuários da Cidade Universitária: professores, alunos e funcionários”, disse Moraes.

O policiamento será integrado com o monitoramento, após a instalação de 638 novas câmeras. “Tenho absoluta certeza de que vai ser um ‘case’ mundial em termos de segurança em universidade que pretendemos expandir para todos os campi de universidades públicas do Estado”, afirmou o secretário.

José Antonio Visintin, superintendente de Segurança da USP, disse que o sistema de monitoramento só deve ser concluído no final de 2016. Até agora, só as obras de infraestrutura para a instalação das câmeras foi licitada. Todo o projeto está estimado em 20 milhões de reais. “As câmeras serão instaladas em etapas, vamos começar pelas áreas mais vulneráveis.”

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Desde a ditadura militar, a presença da Polícia Militar na USP é tabu, mas após o assassinato do estudante Felipe de Paiva, dentro do câmpus, em 2011, a reitoria assinou um convênio com a corporação. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) e o Sindicato dos Trabalhadores (Sintusp) são contrários à presença da polícia.

“O que vemos é que os policiais usam muita truculência e violência, mas a incidência de crimes não diminui. Não é esse o clima que uma universidade deve ter”, disse Magno de Carvalho, diretor do sindicato.

No último dia 3, um policial entrou armado em uma sala de aula do Núcleo de Consciência Negra para apreender dois menores suspeitos de cometer roubos dentro da USP. A ação foi filmada e mostra os alunos e o professor assustados com a abordagem policial.

De acordo com Visintin, os policiais selecionados para atuar na USP serão treinados para uma abordagem “tranquila”, e não “ostensiva”. Segundo ele, será dada preferência para policiais que cursem universidade.

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