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Estudo diz que H1N1 não ficou mais agressiva

Mapeamento genético feito em dez Estados mostra que a capacidade de a cepa provocar doenças se manteve inalterada em comparação com anos anteriores

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 18h51 - Publicado em 7 abr 2016, 10h55

Sequenciamento genético feito pelo Instituto Evandro Chagas em amostras de vírus de gripe coletadas em dez Estados do Norte e do Nordeste revela que o H1N1 não está mais agressivo do que em anos anteriores. O estudo mostra que a capacidade de a cepa provocar doenças e de se propagar na população se manteve inalterada. A conclusão derruba a hipótese, apresentada por infectologistas, de que a alta dos casos poderia estar associada a um potencial mais ofensivo do vírus.

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O estudo também mostra que a prevalência do H1N1 entre os pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) chegou a 100% das amostras coletadas na rede pública das duas regiões. Resultado semelhante não era registrado desde 2009, ano da pandemia causada pela influenza A.

Para a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratório do instituto, Mirleide dos Santos, a rapidez da proliferação do H1N1 está ligada a outros fatores. Uma das hipóteses seria o aumento do número de viajantes estrangeiros no Brasil durante dezembro e janeiro, provocado pelo câmbio favorável. “Parte dos turistas pode ter chegado ao País portando o vírus, que encontrou uma população suscetível”, afirmou.

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A última epidemia provocada pelo H1N1 no Brasil foi em 2013. “Depois disso, outras cepas passaram a circular com maior prevalência”, disse Mirleide. O intervalo de dois anos levou a uma redução significativa dos indicadores de influenza em 2014 e 2015. Em contrapartida, o grupo de pessoas mais suscetíveis ao vírus cresceu. Associado a esses dois fatores está um problema já identificado por especialistas: a antecipação do surto, sobretudo em São Paulo e Santa Catarina.

Os novos casos teriam encontrado autoridades sanitárias ainda desmobilizadas e uma população vulnerável – como idosos, crianças e gestantes – mais suscetível, uma vez que a vacina ficou pronta somente na semana passada.

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O problema também foi apontado ontem pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro. Ele disse estar preocupado com o aumento do número de casos, principalmente por estar acontecendo em um período atípico. “Mas fomos ágeis e antecipamos a distribuição da vacina a partir do dia 1º”, afirmou.

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Otimismo

A boa notícia do sequenciamento genético é que o vírus em circulação sofreu mutações pontuais, o que garante que a vacina usada atualmente é efetiva. A proteção, no entanto, não é imediata. Tradicionalmente, a vacina contra influenza começa a aumentar a imunidade a partir de duas semanas após a aplicação. A proteção mais acentuada se dá um mês depois. A estimativa é de que, um ano depois da aplicação, a imunidade contra a infecção já esteja bastante reduzida.

Para fazer a análise, o Evandro Chagas, referência da Organização Mundial de Saúde (OMS) para influenza, avaliou 464 amostras. Ao contrário do que aconteceu em outras regiões, o aumento de casos de influenza A no Norte e no Nordeste nesses meses não surpreende – historicamente, é registrado nesta época do ano. “Ele está mais ligado ao aumento das chuvas. Ao contrário do que se vê no Sul e Sudeste, onde indicadores estão associados a baixas temperaturas”, disse Mirleide.

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