Existem 14.478 pessoas na cidade vivendo na rua ou em albergues, o que significa um aumento de 6% sobre a população de indivíduos nessa condição registrada há dois anos. Os dados fazem parte de um novo censo produzido pela Secretaria de Assistência Social da prefeitura. Divulgado na semana passada, o trabalho tem como objetivo dimensionar o tamanho do problema e, com isso, orientar as ações do poder público. Para dar conta da demanda crescente, há hoje uma oferta de sessenta abrigos na capital, com 10.115 vagas. O número de casas cresceu 40% desde 2009. Na Barra Funda fica a maior delas, com capacidade para aproximadamente 1.000 hóspedes. Nesses locais, os moradores recebem de duas a cinco refeições diárias. Manter a infraestrutura custa por mês 6 milhões de reais aos cofres do município.
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Desde 2000, a prefeitura acompanha por meio de pesquisas a evolução do quadro dos sem-teto. Nesse mais recente estudo, divulgou-se pela primeira vez o total de estrangeiros. O resultado apontou 513 pessoas, a maior parte delas de países da América Latina, como Bolívia, Peru e Colômbia (veja o quadro abaixo). Mas há as que vêm de outras regiões, como América do Norte, Europa e Ásia. Em comum, suas histórias carregam o sabor amargo de um sonho frustrado. Como vieram parar aqui e acabaram dormindo embaixo de uma marquise ou em albergues? “Eles desembarcaram em busca de uma oportunidade e falharam na tentativa de alcançá-la”, afirma Alda Marco Antonio, vice-prefeita e secretária de Assistência Social.
A seguir, VEJA SÃO PAULO mostra o depoimento de três desses personagens surpreendentes: um italiano de Nápoles, um canadense de Toronto e um japonês da província de Yamaguchi.
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TORRE DE BABEL
O raio X dos forasteiros que vieram para São Paulo e não têm moradia
DE ONDE VÊMAs principais localidades*
Bolívia: 83
Haiti: 67
Peru: 38
Colômbia: 34
* Inclui moradores de rua e usuários de albergues da prefeitura
Fonte: Censo e caracterização socioeconômica da população em situação de rua na municipalidade de São Paulo (2011)