Como manter os bebês protegidos contra problemas de pele
Confira dicas da dermatologista Selma Furman Helene, do Hospital Israelita Albert Einstein
Os meses do outono e do inverno costumam ser a época com o menor índice de chuvas e a maior oscilação de temperatura na capital. Assim, os paulistanos são obrigados a sair de casa com um verdadeiro arsenal, que inclui diferentes tipos de roupa, guarda-chuva e garrafa de água. Se a montanha-russa climática é complicada para adultos, torna-se ainda mais agressiva para bebês, que têm a saúde delicada. O cuidado dos pais precisa ser redobrado, principalmente com um órgão do corpo que requer atenção especial: a pele.
Autora do blog For Mães, a fisioterapeuta Renata Costa enfrentou alguns problemas com seus filhos, Miguel, de 7 anos, e Murilo, de 2. O primeiro teve uma crise de dermatite, que foi tratada com banhos menos quentes e o uso de um hidratante específico. O segundo sofreu com assaduras, situação resolvida por meio de pomadas indicadas pelo pediatra. “Tive de usar produtos diferentes daqueles do dia a dia, só o creme simples de farmácia não funcionava para curá-los”, explica Renata.
O cuidado maior destinado ao bebê se explica pelo fato de que sua pele costuma ser até 30% mais fina que a de um adulto. Os pequenos também têm maior tendência ao ressecamento: se por um lado absorvem mais umidade, por outro também a perdem mais rapidamente. “Além disso, a criança é mais propensa a alergias e irritações em geral do que os adultos”, explica o médico Marun David Cury, um dos diretores da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Existem três problemas de pele corriqueiros que afligem os bebês de até 1 ano. O mais recorrente é a assadura, que surge normalmente na área da fralda por causa do contato prologado com urina e fezes. Em seguida aparecem as brotoejas, pequenas bolinhas vermelhas comuns nas dobras dos braços e joelhos. Costumam ocorrer no verão, por causa da transpiração, e também no inverno, quando os pais exageram na quantidade de roupa. Há ainda a dermatite seborreica, que se forma geralmente na cabeça e atrás das orelhas devido ao excesso de secreção produzida pelas glândulas sebáceas.
Manual da hidratação
Dicas da dermatologista Selma Furman Helene, do Hospital Israelita Albert Einstein
Reduza a quantidade de cremes e hidratantes. O primeiro erro de muitos pais é exagerar nos produtos químicos, como hidratantes e óleos de banho. Para uma criança, vale a regra “menos é mais”. A pele é fina e não deve absorver substâncias desnecessárias. Um sabonete e um xampu, uma troca de fraldas e um creme antiassaduras com óxido de zinco são mais do que suficientes para o bebê manter sua pele saudável.
Evite os lenços umedecidos. Quando notar que a criança fez xixi, passe um algodão umedecido para retirar os excessos. Já no caso de fezes, o ideal é lavar a área da fralda com água corrente e sabonete neutro, para tirar os resíduos que podem ficar escondidos nas dobras da pele. Os lenços
umedecidos devem ser usados somente em casos especiais, quando não há água disponível. A maioria tem sabão em sua composição, e a exposição prolongada a eles pode prejudicar o bebê.
Não aplique produtos sem consultar um médico. Existem muitos tipos de repelente e protetor solar que devem ser aplicados de acordo com cada criança. Hidratantes precisam ser utilizados sob a supervisão do médico, pois seu uso é indicado só em casos específicos.