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Em SP, 69% dos alunos consideram escolas estaduais ambientes violentos

A pesquisa foi feita pelo Instituto Locomotiva em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp)

Por Agência Brasil
Atualizado em 28 Maio 2024, 09h01 - Publicado em 30 mar 2023, 10h33
Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia.
Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia. (Google Street View/Reprodução)
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Uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) mostra que 69% dos estudantes consideram haver um nível médio ou alto de violência nas escolas estaduais do estado de São Paulo.

Entre os professores, esse percentual é de 68% e, quando os familiares dos alunos respondem, o índice chega a 75%.

Segundo a pesquisa Percepção dos Profissionais da Educação, Estudantes e Pais sobre a Violência nas Escolas, no centro, 64% dos alunos têm essa percepção, contra 74% daqueles que estudam na periferia. Entre os professores são 39% e 89% e entre os familiares, 68% e 80%, respectivamente. Foram entrevistados 1,25 mil estudantes, 1,25 mil famílias e 1,1 mil professores entre os dias 30 de janeiro e 21 de fevereiro.

Quando questionados sobre o nível de violência em suas próprias escolas, 55% dos estudantes, 61% dos professores e 70% dos familiares consideram médio ou alto. Quando separados entre região central e periferia, esses percentuais são de 42% e 68% entre os estudantes, 26% e 86% entre os docentes e 61% e 76% entre os familiares dos alunos.

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A pesquisa indicou ainda que 24% dos professores e 41% dos alunos não se sentem seguros no entorno das escolas; dentro das unidades de ensino, eles também não se sentem seguros: são 16% dos docentes e 26% dos estudantes. A pesquisa perguntou ainda quem soube de casos de violência em suas escolas. Entre os familiares, 73% disseram ter conhecimento; entre os estudantes foram 71% e, entre os professores, 41%.

“Esse clima de violência não começa por acaso. Quando nós temos jovens estudantes estimulados a resolver divergências através da violência e não do diálogo, a sociedade fica mais permeável a casos de violência. Isso se dá no estímulo a crianças fazerem o gesto de uma arma de fogo na mão, a movimentos baseados em mentiras, que estimulam crianças contra os professores”, avaliou o  presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.

A pesquisa mostra também que 98% dos estudantes, 96% dos professores e 97% dos familiares concordam que o governo deveria dar mais condições de segurança para as escolas. “É uma unanimidade. Esse dado por si só coloca o combate à violência como uma prioridade absoluta de qualquer política pública de educação. A urgência desse tema não deve ser questionada por ninguém e tenho certeza de que não será”, afirmou Meirelles.

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A presidenta do Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, conhecida como professora Bebel, disse que no pós-pandemia, com a volta às atividades nas escolas, deveria haver um projeto para dar atenção psicológica aos alunos, já que muitos perderam pessoas próximas para a covid-19, além de perderem o conteúdo educacional.

“Nós vamos ter que ter mais cuidado com os jovens e, mais do que isso, é um clamor social. Isso não pode recair sobre as famílias nem nos professores. Sobre os professores recai tudo. O governo deve implantar formas para atrair as famílias para a escola também. Que nós entendamos que a gestão democrática é a melhor forma de termos a comunidade junto conosco”, enfatizou Bebel.

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