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Escola Avenues chega à capital com mensalidade na faixa dos 9800 reais

Com origem em Nova York, a instituição traz ensino diferenciado e tem fila de candidatos

Por Carolina Giovanelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 out 2018, 12h52 - Publicado em 26 out 2018, 06h00

Antes mesmo de subir as portas, a filial paulistana da escola nova-iorquina Avenues recebeu inscrições de cerca de 2000 famílias interessadas em matricular os filhos na instituição. A mensalidade, na faixa dos 9 800 reais, uma das mais altas da capital, não pareceu intimidar os candidatos. Afinal, a fama da marca precedia sua instalação no prédio à beira da Marginal Pinheiros, no Real Parque.

Trata-se da segunda unidade da bandeira no mundo, que teve início de maneira ambiciosa em Manhattan em 2012 e conquistou clientes de clãs poderosos e celebridades, caso de Suri Cruise, filha dos atores Tom Cruise e Katie Holmes. O plano diferenciado de estudos, que almeja uma “educação global”, também chamou a atenção dos paulistanos. “Nosso lema é: ‘Uma escola, diversos câmpus’”, afirma Jeff Clark, presidente da entidade, sobre o currículo similar na rede, que busca uma conexão entre as nações. O negócio pretende se expandir em breve por cidades como Londres, Xangai e Washington.

Em agosto, após um investimento de aproximadamente 370 milhões de reais, começaram as primeiras turmas por aqui. São 733 alunos a partir dos 3 anos de idade, 15% deles estrangeiros, vindos de países como Japão, Venezuela e Suíça. Em janeiro, o ponto receberá outros 100 estudantes — em cinco anos, a Avenues deve atingir sua capacidade total de 2 100 vagas.

Vista aérea: investimento na faixa dos 370 milhões de reais para a iniciativa (Divulgação/Veja SP)

Fica responsável pela tarefa de anunciar o desejado sim aos pais das crianças cuja matrícula é aceita — ou explicar o não quando é rejeitada — a equipe da diretora de admissões Lisa Peixoto, americana radicada em São Paulo e “roubada” da concorrente Graded, onde trabalhou por dezesseis anos. “Só ter dinheiro não é o suficiente para entrar”, afirma ela, que atende por semana uma média de trinta interessados no programa, que, por enquanto, vai até a chamada 11ª série.

Nesse processo, o grupo analisa documentos, boletins, cartas de recomendação… Os concorrentes precisam ainda fazer provas. Quase todas as aulas e interações no colégio se dão em inglês. São exceções a matéria de língua portuguesa e alguns conteúdos de história e geografia. Por isso, o conhecimento básico do idioma estrangeiro é praticamente essencial. O uso constante da língua cria um tipo de universo paralelo, como se o prédio não fizesse parte do Brasil. Há bolsas de estudo parciais ou totais.

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Lisa, diretora de admissões: processo cuidadoso para ser aceito na instituição de origem americana (Alexandre Battibugli/Veja SP)

De origem humilde e com o sonho de cursar Harvard, o extrovertido Miguel Almeida, de 15 anos, é um dos dois contemplados com a isenção de mensalidade. “Estudava em escolas particulares e sempre fui um dos poucos negros. Aqui não é diferente, mas me sinto acolhido”, comemora. Ao conseguirem a aprovação dos filhos, os pais estão longe de ter seu trabalho acabado. Recebem retornos constantes sobre o desempenho dos pequenos, são chamados a reuniões semanais e incentivados a “construir uma comunidade”. “Ficamos na Avenues quase tanto quanto eles”, brinca a culinarista Pat Feldman, com dois filhos matriculados.

Almeida: contemplado com bolsa de estudos (Alexandre Battibugli/Veja SP)

As crianças também são estimuladas a interagir em atividades extracurriculares. O horário de aulas varia das 8 horas da manhã às 15h40, incluindo o almoço no espaçoso refeitório, que serve até comida vegana. Depois, os alunos podem praticar esportes do naipe de basquete, capoeira e esgrima e participar de clubes de temas como debate, filosofia e finanças. Na era da tecnologia, os pupilos usam iPads e Macbooks em classe. Além disso, têm a liberdade de optar por vestir os uniformes do colégio ou as próprias roupas, contanto que sejam nas cores preto, branco ou cinza.

Em um sistema mais dinâmico, mudam de salas ao longo do dia, aproveitam várias configurações de mesa ou mesmo ficam em pé durante as aulas. Vale lembrar ainda que a Avenues segue o sistema americano, ou seja, o ano letivo começa em agosto e termina em junho. Por isso, quem chega do método de ensino brasileiro em janeiro, por exemplo, deve se adaptar e cursar um semestre a mais de sua atual série para só em agosto começar a nova fase.

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O professor Ryan Sawtell: aula para desenvolver projetos especiais (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Para comandar as turmas, de até 24 alunos, há 93 professores — 29 deles estrangeiros. Antes da inauguração do negócio, a procura por empregos se mostrou impressionante. Foram 8 800 currículos de todo o mundo. Entre os aceitos, aparece o americano Ryan Sawtell, responsável pela matéria “mastery”, na qual os jovens a partir da 6ª série desenvolvem projetos individuais de longo prazo ligados a suas afinidades. As aulas preveem a criação de podcasts a objetos em impressoras 3D.

“Queremos desenvolver o pensamento crítico, com discussão e interação, sem passividade”, explica o diretor Hamilton Clark, vindo de Nova York. A ideia é, sempre que possível, cruzar assuntos. Uma tarefa pode envolver matemática, arte e história, por exemplo. Gera-se um ambiente onde o erro é bem-vindo, mas no qual se espera a evolução depois.

O imóvel, de 40 000 metros quadrados, antes sede de uma seguradora, foi repaginado pelo escritório Aflalo/Gasperini.“Tivemos o desafio de transformar um prédio dos anos 90 em uma escola para o próximo século”, conta o arquiteto José Luiz Lemos. Ao contrário da maioria dos grandes colégios na capital, o espaço se mostra bem verticalizado. Ali, houve preocupação com sustentabilidade e integração de ambientes. O 1º andar é para os pequenos e, nos pavimentos superiores, encontram-se os mais velhos. Há ginásio, teatro e muitas áreas comuns.

Sala de aula: quase todas as classes em inglês (Alexandre Battibugli/Veja SP)

A Avenues chega para concorrer com outras instituições internacionais bem estabelecidas por aqui, que também oferecem diplomas tanto brasileiros quanto internacionais, válidos para quem quer estudar fora. Entre elas, aparece a tradicional Graded, na Vila Andrade, com história que remonta à década de 20, mais de 1 200 alunos (quase metade deles brasileira) e mensalidades que batem os 9 200 reais. A St. Paul’s, nos Jardins, destaca-se com 1 000 estudantes e mensalidade de, no mínimo, 7 000 reais, e a Chapel, na Chácara Flora, conta com 700 pupilos, 84 professores e preços a partir de 7 035 reais.

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