Como obter mais velocidade no ritmo de expansão da rede metroviária?

Confira as respostas de Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT) para a pergunta do engenheiro Sergio Ejzenberg sobre transporte

Por Sérgio Ruiz Luz, Mauricio Xavier e Alexandre Nobeschi
Atualizado em 5 dez 2016, 14h02 - Publicado em 27 set 2014, 00h00
Estrada
Estrada (Jorge Santos/Estadão Conteúdo/)
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Geraldo Alckmin: Depois de muito tempo, retomamos a expansão. Possuímos atualmente mais de 70 quilômetros. Com as seis novas linhas em obras, vamos acrescentar praticamente 101 quilômetros a essa malha. É raro no mundo encontrar esse nível de investimento, talvez apenas na China. Estamos agora licitando uma sétima linha, que sai da Vila Prudente e chega a Guarulhos. E temos as obras de trem. Uma nova linha da CPTM levará ao Aeroporto de Cumbica. E qual é a nossa menina dos olhos daqui para a frente? É o trem intercidades, de média velocidade. Você vai poder fazer a viagem de São Paulo a Jundiaí em 25 minutos, por exemplo. 

Paulo Skaf: O governador fala muito em obras, mas elas estão mais no papel. Na Linha 15 do monotrilho, por exemplo, seriam 25 quilômetros, só que 10 quilômetros estão parados. A Linha Amarela tem mais de dez anos e até hoje as estações não estão prontas. O ritmo dessas obras é fraquíssimo. O que eu vou fazer a respeito? Executar. A previsão é fazer 70 quilômetros de metrô e de monotrilho. Com isso, dobraria o tamanho da rede de São Paulo, hoje com 76 quilômetros. Parece difícil acreditar, mas não é. O monotrilho é obra rápida, com bloco pré-moldado, bem mais barato que construir metrô. Não é que 70 quilômetros sejam muito, o problema é que até agora fizeram muito pouco.

Alexandre Padilha: Se o PSDB continuar no governo, o crescimento da malha do metrô levará dois séculos, porque o ritmo de expansão do atual governo é inferior a 2 quilômetros por ano. Quero fazer com o metrô aquilo que o governo federal realizou com os aeroportos de Guarulhos e Viracopos para entregá-los no prazo para a Copa. Ou seja, criar parcerias de concessão com o setor privado para que as obras possam caminhar com velocidade e para que o metrô, de fato, se torne metropolitano, chegando a Guarulhos, Osasco, ABC, Taboão da Serra. O governador convive há quinze anos com esquemas de corrupção no Metrô. É por isso que as licitações são canceladas e as obras não avançam.

 

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  • Como equilibrar o valor do pedágio das rodovias com o retorno do investimento das concessionárias?

 

Alckmin: A concessionária manter em dia os serviços como mecânicos, ambulâncias e telefonia. Além disso, a conservação precisa ser impecável. Não pode ter buraco, precisa ser tudo perfeito. Temos as melhores rodovias do país. Fizemos já várias ações para melhorar o custo-benefício para o usuário. No ano passado, graças a uma engenharia financeira, o aumento do pedágio foi zero. Em 2014, foi menor que a inflação.

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Skaf: Hoje os contratos estabelecidos com as empresas têm um formato chamado de concessão onerosa. Isso significa que ganha a concorrência para explorar a estrada quem oferecer o maior volume de dinheiro ao governo. Depois parte para cobrar o pedágio. Eu defendo um sistema de concessão não-onerosa, que é o modelo em que leva quem oferecer o menor preço de pedágio. E isso não influi na qualidade do serviço, basta fiscalizar.

Padilha: Enquanto o contrato estiver vigente, a medida é exigir o cumprimento dos contratos, o que nem isso o atual governo do estado vem fazendo. Ele afrouxou a fiscalização. Depois, é preciso fazer a implantação do sistema ponto a ponto que é você cobrar o pedágio pelo quilômetro rodado, que é mais justo.

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