De gestão da saúde a módulo no exterior: as novidades dos MBA’s
Escolas de negócios da capital investem em novas especializações, aprimoram as já existentes e apostam em tecnologia para se destacar no mercado
Da sigla MBA, os cursos de Master in Business Administration como os conhecemos hoje surgiram nos Estados Unidos em meados da década de 50 e se popularizaram no Brasil a partir dos anos 1990. São voltados para profissionais que vislumbram cargos de liderança e que já possuem algum tempo de carreira profissional.
Apesar da crise econômica, o mercado para esse tipo de curso se mantém estável. “As pessoas estão investindo na qualificação para manter ou conquistar o emprego”, analisa Alessandra Maciel, diretora de comunicação, eventos e pesquisas da Associação Nacional de MBA (Anamba).
Do outro lado do balcão, algumas das mais prestigiadas instituições de ensino da capital investem em novos cursos e metodologias para fisgar o aluno. Com unidades no Jardim Paulista e no Vila Olímpia, a Saint Paul vai disponibilizar ao público a partir de março uma plataforma digital de estudos. Estima-se que a instituição tenha investido 12 milhões de reais no negócio.
Batizado de LIT, o aplicativo congrega o conteúdo dos dez cursos de MBA da escola, somando 20 000 horas de aula, cerca de 1 500 exercícios e estudos de caso e uma biblioteca com mais de 7 000 livros digitais. Através de um sistema de inteligência artificial, o usuário pode eliminar parte do estudo se já tiver conhecimentos prévios da área. “A plataforma calibra e personaliza os conteúdos de forma individual”, explica o diretor acadêmico da escola, Adriano Mussa. O instrumento, que terá mensalidade de 99 reais, é capaz de perceber a maneira como diferentes usuários aprendem por meio de um teste de personalidade.
Outra novidade são as chamadas microcertificações, espécie de diplomas concedidos ao aluno a cada disciplina concluída. “É uma tendência forte”, afirma Alessandra, da Anamba, que lembra que, apesar da facilidade, ainda é preciso frequentar aulas presenciais para receber o certificado de conclusão do curso de MBA, como exige o Ministério da Educação.
Para a formação em Executivo Internacional, a Business School São Paulo, na Vila Olímpia, lança neste ano um adendo à grade: um módulo inteiro feito na Boston College, nos Estados Unidos. O intuito é formar um profissional preparado para enfrentar os desafios das operações em nível global. “O líder de uma grande empresa precisa olhar além do Brasil”, explica Monica Sabino Hasner, coordenadora de pós-graduação da instituição. A carga horária de 88 horas divididas em duas semanas contempla questões como estratégias operacionais em multinacionais.
O campo da gestão empresarial se estende também à área médica. Na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), na Vila Mariana, a novidade fica por conta do MBA em marketing e gestão da saúde, estruturado em parceria com a Associação Médica Brasileira. Voltado para médicos e gestores de clínicas e hospitais, o curso pretende capacitar esses profissionais para comandar negócios na área.
No currículo, constam temas ainda pouco discutidos no setor, como inovação e empreendedorismo. “Passamos um ano analisando os mercados brasileiro, norte-americano e europeu”, afirma Gilmar Marques, coordenador do curso. Gerente de marketing do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, Andressa Marques, de 31 anos, matriculou-se na primeira turma. “É um nicho que está percebendo agora quão importante é investir na gestão do negócio”, avalia.
O que há de novo
Saint Paul > Lançará plataforma que utiliza inteligência artificial para otimizar os estudos e reunir todos os cursos de MBA da instituição. 99 reais mensais.
Business School São Paulo > Acrescentou um módulo presencial em Boston, nos Estados Unidos, ao MBA Executivo Internacional. 19 686,60 reais*.
ESPM > Terá MBA em marketing e gestão da saúde com foco em negócios, voltado a médicos e gestores de clínicas e hospitais. A partir de 37 364,07 reais.
*Valor sujeito a alteração conforme a variação do dólar