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Para cativar pais e alunos, colégios têm até “aula de youtuber”

As instituições de ensino privado apostam em novidades ligadas à tecnologia, que vão de realidade aumentada a projeto com a Nasa

Por Vinicius Tamamoto
Atualizado em 2 fev 2018, 06h00 - Publicado em 2 fev 2018, 06h00

Para se destacarem no mercado, os melhores (e mais caros) colégios da capital investem pesado em atividades que extrapolam o currículo básico. O objetivo é atrair o olhar dos pais e manter a atenção do aluno da chamada geração Z, nascida de 2000 a 2010. No ano passado, o Dante Alighieri, nos Jardins, passou a fazer parte do projeto Missão XII, sobre ciência espacial. A iniciativa envolveu todos os integrantes do 7º ano, estudantes de escolas públicas e até a Nasa, a agência espacial americana.

Os jovens foram desafiados a pensar em maneiras de levar o homem a viver em Marte. Para isso, montaram protótipos com o objetivo de ajudar nas pesquisas. A proposta do grupo vencedor, intitulada “Cimento espacial”, investigou como a microgravidade afeta o processo de solidificação de uma mistura de cimento e plástico verde.

Ainda neste semestre, uma amostra do experimento seguirá em um foguete para o espaço, onde será manipulada por um astronauta. Depois, voltará à Terra para ser analisada. A hipótese é que os materiais se comportem de forma semelhante nos dois planetas. “Achei muito legal, nunca imaginei participar de um projeto com a Nasa”, orgulha-se a estudante Laura D’Amaro, de 13 anos.

A partir de 2018, a instituição contará com um total de 49 cursos eletivos, de botânica a mercado financeiro. Para Sandra Tonidandel, coordenadora- geral da entidade, é importante que os jovens possam desenvolver habilidades individuais. “Quando eles fazem aquilo de que gostam, assumem o protagonismo no processo de criação”, analisa

Laura, do Dante: “cimento espacial” viajará de foguete (Ricardo D'angelo/Veja SP)

Nesse mesmo embalo, o Bandeirantes, na Vila Mariana, aposta em uma atividade totalmente desvinculada da nota. No programa chamado Being Innovative and Producing Something New (ser inovador e produzir algo novo), adolescentes se matriculam voluntariamente para solucionar, por meio da criação de um protótipo, um problema proposto por eles mesmos.

Na terceira e mais recente edição da atividade — inspirada em oficinas de inovação utilizadas por instituições e empresas do naipe do Google e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) —, os inscritos projetaram objetos que os ajudassem a sobreviver em uma ilha deserta após a queda de um avião. “O aluno se sente motivado”, afirma José Ricardo Lemes de Almeida, coordenador de ciências da escola. “Ele precisa ampliar sua visão para conseguir solucionar a questão.”

A tecnologia se mostra outro recurso pedagógico bastante empregado pelos colégios de ponta da capital. No Salesiano, em Santa Teresinha, uma equipe de professores criou um dispositivo que utiliza realidade aumentada para o estudo de formações geológicas, relevo submarino, curvas de nível, erupções vulcânicas e catástrofes naturais. Batizada de Dom Box, trata-se de uma caixa de areia high-tech que tem como base um programa da Universidade da Califórnia.

A estrutura utiliza um software de código aberto e um sensor de movimentos, que reconhece a topologia da areia e suas alterações. “Assim, vê-se o que acontece ‘na prática’ e a resposta ao conhecimento é certeira”, avalia o coordenador de tecnologia Felippe Zancarli.

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Porto Seguro: aulas inspiradas no YouTube (Divulgação/Veja SP)

A curiosidade das crianças pelo ambiente digital motivou o Visconde de Porto Seguro, no Morumbi, a promover no ano passado um curso de produção de vídeo. Apelidada de Kids Tube, a iniciativa consiste em uma espécie de aula sobre como ser youtuber. São apresentados a alunos entre 8 e 10 anos os fundamentos básicos da criação de vídeo, entre eles captação de imagem e edição.

Como o YouTube sugere que apenas maiores de 13 anos mantenham um canal no site, o colégio lançou uma plataforma interna para os pequenos publicarem conteúdo de maneira segura. “Eles aperfeiçoam a escrita construindo os roteiros, passam a se expressar com mais desenvoltura e percebem que organização é fundamental”, explica Tiago Soares, coordenador de tecnologia.

Bandeirantes. Rua Estela, 268, Vila Mariana. Mensalidade a partir de 3 604 reais.
Dante Alighieri. Alameda Jaú, 1061, Jardim Paulista. Mensalidade a partir de 2 779 reais.
Salesiano. Rua Dom Henrique Mourão, 201, Santa Teresinha. Mensalidade a partir de 1 053 reais.
Visconde de Porto Seguro. Rua Floriano Peixoto Santos, 55, Morumbi. Mensalidade a partir de 2 941 reais.

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*Valores válidos a partir do ensino fundamental.

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