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Desembargadores mudam-se para o antigo Hilton

Com uma economia de 77 000 reais em relação ao endereço anterior, a mudança ajudará na revitalização do centro da cidade

Por Mariana Barros
Atualizado em 5 dez 2016, 18h56 - Publicado em 5 mar 2010, 13h17

Por causa de seu exterior arredondado e de sua fachada de cores claras, o edifício de 32 andares que durante 34 anos abrigou o Hotel Hilton, na Avenida Ipiranga, foi apelidado pelo músico Tom Zé de “Torre de Pisa vestida de noiva”, na espirituosa letra de ‘A Briga do Edifício Itália e do Hilton Hotel’, de 1972. Desativado desde 2004, quando o Hilton migrou para a região da Berrini, o imóvel finalmente desencalhou na última segunda- feira (1º), com o início da instalação de 126 desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, egressos da Avenida Paulista. A mudança põe fim a um noivado de quase três anos com o TJ, que alugou o prédio em julho de 2007. De lá para cá, constantes adiamentos nas obras retardaram a mudança. “Foi como um casamento”, afirma o juiz José Maria Câmara Junior, sobre a relação com o grupo de proprietários do edifício. A previsão é que, até abril, todos os magistrados da seção de direito público e seus funcionários — cerca de 750 pessoas, ao todo — deem expediente no local.

Tom Zé relembra o impacto que o imóvel causou quando foi inaugurado. “Não havia prédio branco em São Paulo”, conta. “Como as noivas é que se vestem de branco, pensei que havia uma feminilidade aí. E que o Edifício Itália devia estar com ciúme, porque ele é muito másculo.” Os quase 400 apartamentos, agora transformados em gabinetes de três salas, banheiro e copa, hospedaram de políticos, como o então recém- eleito presidente Lula, a músicos internacionais, a exemplo do ex-beatle George Harrison, nos anos 80. Segundo ex-funcionários, os hóspedes que causaram maior alvoroço foram os Menudos, em 1985. Eram tantas as fãs à espera do grupo porto-riquenho que uma pista da Avenida Ipiranga foi interditada.

 

Cleiby Trevisan

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O juiz Câmara Junior (à esq.), com dois auxiliares: “Foi como um casamento”

À custa dos proprietários, a reforma dos cerca de 35 000 metros quadrados do imóvel consumiu 20 milhões de reais. O aluguel, que só deve começar a ser pago em setembro, devido a um período de carência acordado, será de 670 000 reais mensais. Isso significa uma economia de 77 000 reais por mês em relação ao custo do edifício da Avenida Paulista. O salão de eventos do último andar, onde ocorriam festas de réveillon, vai se tornar restaurante de uso exclusivo dos desembargadores. Um convênio com produtores pode fazer com que o antigo teatro volte a funcionar. O bar London Tavern dará lugar a uma sala de espera para motoristas dos carros oficiais. No espaço da joalheria H. Stern haverá sala de segurança e, no salão de eventos, uma agência da Nossa Caixa. O Hilton saiu dali para o Brooklin como um reflexo da deterioração do centro. “Estávamos perdendo movimento”, diz Patrício Alvarez, gerente da unidade da Marginal Pinheiros. Com a chegada do Tribunal de Justiça, o edifício pode agora contribuir exatamente para a revitalização da região. 

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