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“Circuito Ordinário” revela-se atual ao abordar vigilância coletiva

Pilar da montagem, a atriz Denise Del Vecchio interpreta com precisão e equilíbrio a informante do drama

Por Carol Pascoal
Atualizado em 5 dez 2016, 17h49 - Publicado em 26 ago 2011, 15h10

A atmosfera remete a uma sala de interrogatórios de regimes totalitários. Com passos trôpegos, sem saber muito bem onde está, entra uma mulher. Ela é uma informante do governo, intimada a prestar esclarecimentos a respeito das várias denúncias das quais foi alvo. Logo em seguida, surge seu interlocutor, o novo comissário, um sujeito implacável. Embora pareça datado nos primeiros minutos, o drama Circuito Ordinário, escrito pelo francês Jean- Claude Carrière na década de 70, revela-se atual conforme a trama se desenrola ao abordar a vigilância coletiva, seja em tempos de repressão política ou na era das câmeras digitais, celulares e abundantes informações pessoais ao alcance de um clique.

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Pilar da montagem, a atriz Denise Del Vecchio interpreta com precisão e equilíbrio a tal informante. Questionada sobre as acusações, a personagem sustenta ter sido ela mesma a autora dos relatos. Incrédulo, o comissário (Henrique Benjamin) pressiona a mulher, que rebate cada pergunta em um astuto confronto de tensão crescente. A direção de Otávio Martins faz sobressair o texto, defendido com competência pela dupla. Acentuam o embate a iluminação de Wagner Freire, que alterna vermelho e azul a cada diálogo, e a cenografia de Mira Andrade, cheia de monitores de TV nos quais os rostos dos atores aparecem em close quando eles estão de costas para a plateia.

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Em meio a esse jogo cênico, aos poucos, a informante revela conhecer o sistema e seus atalhos mais do que o chefe. Tomada de prazer, ela cria e manipula fatos de acordo com seus interesses. E justifica, pausadamente: “As pessoas acreditam na mentira. Com o tempo o senhor vai ver. A verdade é sempre surpreendentemente rejeitada”.

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