Cracolândia ganha nova ‘favelinha’

Cerca de setenta barracos foram montados no terreno localizado em frente à tenda do programa Braços Abertos; moradores reclamam do cheiro forte e do barulho

Por Aretha Yarak
Atualizado em 5 dez 2016, 13h53 - Publicado em 28 out 2014, 21h10
Mesmo espaço hoje ocupado pela 'favelinha' em janeiro deste ano
Mesmo espaço hoje ocupado pela 'favelinha' em janeiro deste ano (Apu Gomes / Folhapress/)
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Quase um ano após a prefeitura desmontar a ‘favelinha’ erguida na Cracolândia, no centro, cerca de setenta novos barracos voltaram a ser montados na região. Desta vez, eles estão a uma quadra da antiga aglomeração, em um terreno localizado na esquina da Alameda Cleveland com a Rua Helvetia.

Segundo agentes que circulam por ali, o número de barracos aumentou drasticamente há cerca de dois meses. Em junho deste ano, cerca de dez já haviam sido erguidos. Depois de uma denúncia do jornal O Estado de S. Paulo, eles foram desmontados com orientação da Guarda Civil Metropolitana.

Todos os usuários de crack que moravam nos 147 barracos da antiga ‘favelinha’ foram incluídos no programa municipal Braços Abertos, que oferece trabalho, moradia e alimentação a 513 usuários. Eles recebem 15 reais por dia trabalhado em serviços como varrição de ruas e praças.

 

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MORADORES

Com a volta da ‘favelinha’, moradores do entorno começam a sofrer novamente com o cheiro forte, o barulho e assaltos. “Em janeiro, depois que tiraram os barracos da rua, a nossa vida deu uma melhorada. Mas agora está horrível de novo. O cheiro de urina invade a casa e está impregnado nos corredores”, diz a aposentada Maria Pereira Machado, 89 anos, moradora da região há sessenta anos.

De acordo com a porteira Ana Lucia Marques, duas pessoas do vizinho Edifício Miri foram assaltadas na última semana. “A situação é tão absurda que chegaram a levar até a blusa de frio de uma funcionária daqui”, conta.

OUTRO LADO

Em nota, a prefeitura afirma que “não existe uma nova favelinha na região da Luz/Cracolândia”, já que as pessoas não estão ocupando espaços fixos nas calçadas com moradias improvisadas. “Atualmente os frequentadores da região trazem lonas, madeira e objetos que são removidos diariamente nas limpezas programadas que são realizadas às 8h30 e 15h.”

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Segundo a pasta, houve aumento na circulação “devido à redução de efetivo policial a partir do meio do ano”. Por outro lado, a Polícia Militar informou, também em nota, que não houve redução do efetivo responsável pelo policiamento preventivo e ostensivo na região.

A prefeitura afirma ainda que já programou uma limpeza mais intensa para a manhã desta quinta (30), com retirada de materiais pesados.

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