Continua após publicidade

Continuação: Saiba como educar seu cachorro

Dez dicas para não passar vergonha

Por Maria Paola de Salvo e Giovana
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h31

6) Vai receber visitas?

Priorize os convidados

Um bom anfitrião deve estar consciente de que seu cãozinho tão fofo pode não ser unanimidade entre amigos e familiares que freqüentam a casa. Nesse caso, para evitar o encontro (quase sempre desastroso) entre uma convidada de vestido fino e meia-calça e um totó ouriçado pulando em sua perna, mantenha os pets presos enquanto as visitas estiverem na casa. “Não é correto impor a presença do cachorro a todos”, ensina a consultora de moda e etiqueta Gloria Kalil. A regrinha vale até para os visitantes que juram não se incomodar com a presença do animal. “O proprietário não deve causar desconforto aos convidados”, diz a consultora Celia Ribeiro, autora do livro Etiqueta no Século XXI, com um capítulo dedicado a donos de bichos. Manter o cão preso evita que ele peça comida à mesa do jantar ou que roube a carne do prato de alguém. Mas o cachorro precisa estar acostumado a ficar sozinho. “Caso contrário, ele pode se sentir abandonado, latir e causar um incômodo ainda maior”, completa o adestrador Dennis Martin.

7) Pense dez vezes antes de levá-los

a shoppings e restaurantes

Antes de sair por aí com seu cão a tiracolo, tenha certeza absoluta de que ele é bem-educado. Por boa educação entende-se: não latir, não rosnar, não pular nas pessoas, não arrumar encrenca com outros cachorros e não cheirar mal, para ficar no básico. Locais por onde circula muita gente exigem cães socializados. “Alguns estranham o ambiente, o barulho e o excesso de pessoas e podem ficar agitados”, explica o veterinário Mauro Lantzman. Vários shoppings permitem a presença de cães de pequeno e de médio porte em suas instalações. É assim no Iguatemi, no Frei Caneca, no Villa-Lobos e no Higienópolis, o paraíso dos totós. Os dois últimos mantêm sua equipe de limpeza de prontidão para recolher qualquer sujeira à vista. “Para evitar imprevistos, coloco absorvente e calcinha feminina na fêmea”, conta a dona-de-casa Vera Gerusa de Faria, que circulava com seu casal de yorkshires pelo Villa-Lobos no último domingo. A secretária Lêo Canônico, moradora de Higienópolis, sai três vezes por dia com Dolly Maria, sua akita. Vai duas vezes por semana ao shopping. “Ela é o ar que eu respiro”, diz Lêo, que não fica constrangida quando entra em uma loja e sua cadela de 40 quilos se deita pelo caminho. Assim mesmo, toda espaçosa, como mostra a foto abaixo.

Continua após a publicidade

E, por favor, nada de dividir a praça de alimentação com o cão. Para não infringir as leis estadual e municipal que proíbem a entrada de bichos em bares e restaurantes, a maior parte dos estabelecimentos tolera a presença deles apenas na calçada ou em ambientes abertos. Nos poucos em que eles são bem-vindos no salão, caso do Farfalla, no Jardim Paulista, o dono tem de redobrar os cuidados. “O animal precisa vir almoçado, para depois não querer participar da refeição”, afirma a proprietária Alice Maria Dutra. Mesmo que a casa permita que o bichinho se sente à mesa, prefira deixá-lo no chão, amarrado à cadeira pela guia. “Venho aqui quase todo fim de semana com os meus cachorros Cristal e Apollo”, conta a jornalista Priscilla Merlino. “A cidade precisava ter mais restaurantes como esse, onde os cães são tratados como clientes.” O chef Alessandro Segato, do italiano Passaparola, na Vila Nova Conceição, até criou um cardápio para os bichos. O que tem para eles no menu? Ossobuco com tutano e arroz selvagem (19,90 reais) e ragu de cordeiro com legumes (23,80 reais), entre outros.

8) Respeite as regras do condomínio

O melhor amigo do dono pode ser também um dos piores inimigos dos vizinhos. Sim, queixas sobre cachorros estão entre as cinco reclamações mais freqüentes de moradores de condomínios. “Em todo prédio que eu visito, de todas as classes sociais, há pelo menos uma pessoa que tem problemas com cães”, afirma o advogado Marcio Rachkorsky. Especialista em direito imobiliário, ele arbitra conflitos em cerca de 250 condomínios da capital. Barulho provocado por latidos, sujeira e mau cheiro nas áreas comuns e no elevador são, nessa ordem, os principais motivos de brigas. Como não há lei específica para essas situações, o que vale é o regulamento de cada edifício. O cão vai ficar muito tempo sozinho no apartamento? Para evitar latidos indesejáveis horas a fio, não o prenda na varanda. Procure mantê-lo no quarto para que ele sinta o cheiro do dono e fique tranqüilo. Tente educá-lo para não latir ou chorar cada vez que você entra em casa. “Os seis cães do meu vizinho me enlouquecem todo dia com isso”, diz o promotor de eventos Renato Lucena, morador de um condomínio da Granja Viana. “Já apitei, gritei e até atirei bombinhas, mas nada adiantou. Hoje uso protetor auricular.”

Playground, jardins, piscina e áreas comuns não são quintal de cachorro, muito menos banheiro. No elevador, de serviço, claro, é educado carregar o cão no colo. Os de grande porte devem ser mantidos na guia e sempre atrás de seus donos, para evitar rosnadas caso entrem outras pessoas. Se o elevador estiver cheio, dispense-o e espere o próximo. Cerca de 90% dos conflitos são resolvidos com diálogo, advertências e, mais raramente, com multas ao mal-educado. Poucos chegam à Justiça, como o caso do administrador Antonio Roberto Testa. Ele decidiu processar seu antigo condomínio, no Campo Belo, por não punir a dona de uma poodle que tinha o mau hábito de sujar as áreas comuns. Depois de oito anos, Testa acabou perdendo a briga na Justiça. “Não foi uma decisão justa, mas não me arrependo”, diz ele, que se mudou do prédio. Mas nem sempre o dono do totó leva a melhor. Há dois anos, o empresário Carlos Eduardo Nahus, morador da Granja Viana, foi condenado à prisão e chegou a ficar uma semana na Cadeia Pública de Cotia. Em 2005, suas duas cachorras atacaram e mataram um pastor alemão e um cocker spaniel da vizinha. “Gastei cerca de 50?000 reais com advogados e tive de doar meus cães”, conta ele, que ainda se defende dos processos. “Ele incentivava as cadelas a pular no meu terreno”, afirma a vizinha, a pesquisadora Devani Salomão. “A morte dos meus cachorros abalou a família.”

9) Mantenha o animal bem tratado

Continua após a publicidade

Deixar seu bicho cheio de carrapatos, sujo, raivoso e preso é uma agressão e um prato cheio para encrencas com quem vive perto dele. Os animais podem transmitir doenças, contaminar o condomínio com fedor e, de quebra, virar motivo de queixas entre os vizinhos. É um direito do cão receber tratamento adequado. Isso inclui registrá-lo no Centro de Controle de Zoonoses – medida prevista em lei – e manter a carteira de vacinação em dia. Habitue-se a levar esses documentos quando sair à rua. Cães que vivem em apartamento, independentemente da raça, exigem banhos semanais e escovação diária. “Isso ajuda a eliminar os pêlos mortos, que causam mau cheiro”, diz o adestrador Alexandre Rossi. Zele também pela saúde psicológica dele. Dê atenção, carinho e ambiente adequado ao bichinho. Não o castigue, não o maltrate e evite mantê-lo acorrentado. Ele pode ficar agressivo. A convivência com as pessoas é fundamental para a boa educação. Por isso, o animal precisa sair para ver gente pelo menos uma vez por dia. Se você não tem tempo para isso, contrate os serviços dos passeadores de cachorros, os chamados dogwalkers. A cada vez que saem para uma voltinha, costumam cobrar 17 reais ou, então, mensalidades que variam entre 200 e 250 reais. “Costumo levá-los a praças para que eles se adaptem também a outros cachorros”, diz o passeador e adestrador Leandro Felipe da Silva, da Mundo Cão.

10) Guarde para você pérolas como:

“Ele é mansinho. Só vai te cheirar”

Ninguém é obrigado a gostar de animais ou ter simpatia pelo cachorro do vizinho. Por isso, é constrangedor ouvir que o cão “não faz nada” ou que “ele vai apenas cheirar a sua perna”, como quem fareja um canteiro. Se o au-au tem cara de anjo, mas é anti-social, agressivo, ciumento ou simplesmente não gosta de interagir com estranhos, avise os que se aproximam dele. “Alerte a pessoa mesmo que ela tente só acariciar o bicho”, afirma a veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs. É o que costuma fazer a administradora Rosilene Esteviano sempre que alguém chega perto de sua dachshund Sofia, de gênio extraforte. “Ela já matou dois gatos, comeu passarinhos, mordeu o nariz da minha mãe, meu sobrinho e até um vizinho”, conta Rosilene. Crianças costumam ser mais atrevidas e jamais devem ficar sozinhas com o bicho. Se mesmo assim ele ferir alguém, desdobre-se em cuidados à vítima. “Só pedir desculpas não adianta: é delicado pagar as despesas médicas e presentear a pessoa com flores”, diz a consultora de etiqueta Claudia Matarazzo.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.