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Colecionadores de presépios

Alguns paulistanos que colecionam até 450 representações do nascimento de Cristo

Por Daniel Nunes Gonçalves
Atualizado em 5 dez 2016, 19h30 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Todo ano, quando chega dezembro, o ex-governador do estado e atual secretário municipal de Negócios Jurídicos, Cláudio Lembo, fecha-se por um dia inteiro em casa. Desencaixota os três reis magos, José, Maria, os carneirinhos da manjedoura e dezenas de bonecos figurantes para montar o presépio de Natal de quase um século que herdou do pai. “O menino Jesus continua guardado, para só entrar em cena no dia 24, data de seu nascimento, em Belém”, conta Lembo, dono de mais de 100 presépios espalhados por sua casa, na Bela Vista. A mítica passagem cristã está reproduzida também em bonecos negros feitos de ébano, vindos de Angola, ou talhados em marfim, na versão da Itália. “Algumas diferenças culturais de cada povo podem ser percebidas pela representação da sagrada família”, diz o ex-governador. Sua decoração natalina, que não inclui árvores com luzinhas nem papais noéis, só volta para as caixas em 6 de janeiro, Dia de Reis.

A mesma paixão é cultivada por outros paulistanos, como a professora Lucélia Zanni. Entre os treze presépios expostos em sua casa, na Parada Inglesa, há exemplares de Israel e do Egito, além de um do Chile esculpido em casca de noz. “A lembrança do nascimento de Jesus tem um sentido mais importante que o dos presentes debaixo das árvores”, afirma ela, que aproveita o mês para visitar outras coleções. A rota de passeios dos loucos por presépios inclui o Museu de Arte Sacra, o Convento São Francisco e o saguão da prefeitura, no Viaduto do Chá, que na semana passada ganhou uma pequena exposição.

“A tradição de representação da natividade nasceu com São Francisco, na Itália do século XIII, de uma forma teatralizada”, explica o frade franciscano Pedro Pinheiro, dono de 450 conjuntos – um alemão, de porcelana, é avaliado em 3 000 reais. “Só depois do século XVI o presépio ganhou o formato que conhecemos hoje.” Entre as 139 preciosidades de mais de vinte países de María Eugenia Cova-Arriola, mulher do cônsul-geral do México no Brasil, Salvador Arriola, está um nascimento talhado em um ovo de prata, vindo da Grécia. Ao contrário da de Lembo, a exposição caseira de seu apartamento, no Jardim Paulista, fica montada desde meados de novembro até 2 de fevereiro, data em que se celebra a apresentação de Cristo aos sábios e sacerdotes. “Vários povos latinos desmontam presépios nesse dia.”

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