“O Segredo da Janela” mistura fofura e mistério
Com bonecos coloridos, o espetáculo narra o encontro entre um palhaço e uma menina
Uma estrutura de lona em branco e vermelho chama atenção no Memorial da América Latina pela aparência estranha: parece estar do avesso, com os tubos de metal por cima do tecido. O espaço, chamado Circo Paratodos, da Cia. Capadócia, tem como propósito “limpar” a área interna e melhorar a visualização dos espetáculos. Fundada em 2008 por João Donna e Wilson Vasconcelos, a trupe especializada em circo-teatro encena ali O Segredo da Janela. Na trama, os artistas saltimbancos Chiquinho (Cadu Flores) e Marieta (Grazyela Dias) chegam a uma cidade onde quase todas as janelas estão fechadas. A exceção é a de Chicória (Carolina Coelho), uma menina que canta todos os dias em seu parapeito para as pessoas abrirem suas casas. O trio passa a bater de porta em porta e descobre que o mistério está ligado ao romance entre uma moradora e um palhaço.
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Além da inovadora armação do circo, a peça se destaca pela delicadeza com a qual apresenta uma história de amor. As marionetes manipuladas pela atriz Anna Galli ganham vida e conferem um tom colorido ao espetáculo — o que sustenta a atenção da plateia, sobretudo a dos menorzinhos, vidrados nos fofos bonecos. No entanto, para uma companhia de dotes circenses, fazem falta as típicas palhaçadas. Entre alguns empurrões e malabarismos, a clássica flor no paletó que borrifa água no rosto das pessoas surge em uma cena inesperada e diverte adultos e crianças.
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