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Chuva forte derruba 209 árvores em um dia

Cupins e descuido agravam o problema na cidade de São Paulo

Por Marcella Centofanti
Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h35

No último domingo (19), uma tempestade de três horas, com rajadas de vento de até 71 quilômetros por hora, derrubou uma tipuana de cerca de 60 anos e 14 metros de altura na Rua Atlântica, no Jardim América. Tronco, raiz e galhos do espécime de aproximadamente 3 toneladas foram removidos somente no fim da tarde de quarta-feira. Com maior concentração nas zonas Oeste e Sul, o temporal deixou rastros de destruição por toda a cidade. Segundo a Secretaria de Subprefeituras, 209 árvores caíram em conseqüência da chuva, que começou às 20h30. Para ter idéia do estrago, ao longo de todo o ano foram registrados 160 casos. Está aberta a temporada de quedas. “A chuva foi forte, mas é normal para o período”, afirma o meteorologista André Madeira, da Climatempo. “Certamente, teremos outras tempestades semelhantes nos próximos meses.”

Essa é uma situação gravíssima, que se repete ano após ano. São Paulo tem 10 milhões de árvores, 1 milhão delas em vias públicas. Boa parte apresenta problemas com fungos e cupins. “Uma poda malfeita na copa ou na raiz também pode comprometer a estabilidade”, diz o biólogo Sérgio Brazolin, do laboratório de preservação de madeiras e biodeterioração de materiais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Em 2004, contratado pela prefeitura, o IPT conduziu uma pesquisa em 7 050 árvores de sete regiões da capital (Alto de Pinheiros, Pacaembu–Sumaré, Paraíso, Alto da Lapa, Alto da Boa Vista, Cerqueira César e Vila Nova Conceição). Concluiu que 18% apresentavam risco de queda. Nem a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente nem a das Subprefeituras sabem informar se, de fato, alguma providência foi tomada. No Pacaembu, moradores cobraram das subprefeituras da Sé e da Lapa a poda e a retirada de árvores condenadas. Paulatinamente, elas realizaram o trabalho. O bairro, repleto de espécimes plantados nas décadas de 20 e 30, era um dos que mais sofriam com chuvas anos atrás. Em 2004, um motoqueiro morreu com a queda de uma árvore na Avenida Sumaré. No último domingo, no entanto, os habitantes do Pacaembu respiraram aliviados. “Apenas um galho caiu”, conta Iênides Benfati, presidente do conselho deliberativo da Associação Viva Pacaembu por São Paulo. “Se a gente não pressionasse, nada seria feito.” Quem tiver prejuízo com as chuvas pode buscar o ressarcimento na Justiça. Se forem constatadas falhas no cuidado com a vegetação das vias públicas, a prefeitura pode ser responsabilizada.

A força da natureza

10 milhões

é o número de árvores existentes na cidade (1 milhão está em vias públicas)

209

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caíram na tempestade de domingo

100

foram derrubadas no Butantã, a região mais castigada

11

bairros ficaram sem energia elétrica

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71

quilômetros por hora foi a velocidade que os ventos atingiram

700

funcionários da prefeitura formaram uma força-tarefa na última terça-feira para consertar o estrago causado pelas chuvas

18%

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das 7 050 árvores analisadas pelo IPT em sete regiões da cidade corriam risco de queda em 2004

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