3 perguntas para… Chico Diaz

Ator inicia a temporada de “A Lua Vem da Ásia” neste final de semana

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h10 - Publicado em 16 abr 2011, 00h46

Desde 2007, o romance “A Lua Vem da Ásia”, do escritor Campos de Carvalho (1916- 1998), está na cabeça do ator Chico Diaz, de 52 anos. Entre uma novela e um filme, o próprio intérprete cuidou de adaptá-lo aos palcos. O monólogo dramático estreou no início do ano no Rio de Janeiro e passou por Brasília, onde foi aplaudido até pela presidente Dilma Rousseff. Neste fim de semana, a peça inicia temporada no Centro Cultural Banco do Brasil.

Veja São Paulo — Em três décadas, você interpretou os mais diferentes tipos no cinema e na TV, fugindo de estereótipos. A que atribui a diversidade?
Chico Diaz —
Essa deveria ser a ambição de qualquer ator, não? Mas acredito que meu tipo físico ajuda muito. Sou filho de um paraguaio e, com um pai diplomata, nasci no México, morei no Peru e vim para o Rio de Janeiro aos 10 anos. Olho para trás com orgulho e vejo que cobri todo o território nacional com meus personagens. Fiz carioca, baiano, gaúcho, cangaceiros, malandros, pais de família. Já participei de 55 filmes e peguei todas as fases do cinema nacional.

Veja São Paulo — Depois de tanto tempo acostumado à coletividade do cinema e da TV, não se sentiu isolado ao conceber e protagonizar um monólogo?
Chico Diaz —
Essa peça representa meu grito de libertação. Todos falam que o cinema e a TV são as artes do outro. Então queria falar as coisas do meu jeito. Decorei o texto no decorrer de um ano. Primeiro na minha casa, depois durante uma temporada em Paris com minha mulher (a atriz Silvia Buarque). Comecei a ensaiar com o diretor Moacir Chaves em agosto para estrear em janeiro. A autonomia é um belo conceito para esse trabalho.

Veja São Paulo — Como foi o encontro com a presidente Dilma Rousseff no teatro no início do mês?
Chico Diaz —
Eu não entendo a repercussão em torno desse fato. A presidente foi assistir ao espetáculo como uma espectadora comum. Apenas conversamos durante uns trinta minutos depois da apresentação, no camarim. Ela disse ser fã da obra de Campos de Carvalho, que gosta de ir ao teatro e ao cinema. E só. O encanto dela pela arte, sim, é bonito. Não tratamos de nenhum outro assunto maior.

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