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Cheese cifrões: hambúrgueres têm preços cada vez mais salgados

Elevado valor de aluguel, folha de pagamento onerosa e a alta constante das matérias-primas são algumas das justificativas usadas pelos proprietários

Por Helena Galante
Atualizado em 1 jun 2017, 18h20 - Publicado em 9 fev 2012, 19h10
The cadillac, do P.J. Clarke’s - HAMBÚRGUER - 2256
The cadillac, do P.J. Clarke’s - HAMBÚRGUER - 2256 (Fernando Moraes/)
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Saborosos tempos aqueles em que era possível comer um bom hambúrguer na cidade por cerca de 10 reais. Tradicional endereço do Itaim, a lanchonete Joakin’s cobrava 9,70 reais pelo cheese salada bacon em 2004. Hoje, o mesmo sanduíche de 120 gramas de carne bovina custa 22,50 reais. Ou seja, 132% de aumento. Se tivesse sido corrigido apenas pelo índice de preços ao consumidor (IPC-Fipe), o lanche sairia por 13,81 reais. Na mesma toada, em cinco anos o onion burger da rede The Fifties subiu de 12,90 reais para 19,40 reais, e o hambúrguer de picanha mais salada, bacon, picles e cebola crua do Burdog, no Pacaembu, foi de 12,50 reais para 21,85 reais.

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Entre as explicações para a disparada de preços, os donos desses estabelecimentos apresentam itens como elevado valor de aluguel, folha de pagamento onerosa e a alta constante das matérias-primas. “Há menos de uma década, eu tinha lucro de quase 30%”, conta Christian Germano, do grupo de lanchonetes Achapa, inaugurado em 1967 na Aclimação. Se em 2004 seu cheese salada era vendido por 7,75 reais, agora está em 17 reais. “Mesmo com os reajustes, minha margem de ganho hoje não chega aos 17%.”

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Também contribuiu para a pavimentação desse novo patamar de preços a consagração das hamburguerias gourmets. São lugares como o General Prime Burger, no Itaim e no Shopping Market Place. Lá, o GPB, preparado com 180 gramas de picanha e coxão duro mais um toque de calabresa, custa 24,50 reais. “Usamos carne fresca moída diariamente. Custo e qualidade estão diretamente ligados”, afirma o sócio Paulo Kress Moreira. Maria Rita Alexander, do P.J. Clarke’s, no Itaim, compartilha dessa opinião. “Além de ser feito com cortes nobres, o bife é grande, de 200 gramas. Para nosso restaurante, o the cadillac tem preço de custo superior ao de uma massa ou até de um prato de peixe”, diz ela. Escolhida a melhor da categoria na edição “Comer & Beber” de VEJA SÃO PAULO, a Butcher’s Market, no Itaim, também pratica preços perto dos 30 reais.

Sanduíche mushroom, da Butcher’s Market - HAMBÚRGUER - 2256
Sanduíche mushroom, da Butcher’s Market – HAMBÚRGUER – 2256 ()

Sempre lotadas, a matriz da Hamburgueria do Sujinho, na Consolação, e sua filial no centro fizeram fama pelos valores mais em conta. Nas duas unidades, o cardápio traz pedidas em três tamanhos (80, 160 e 250 gramas), todas assadas na churrasqueira. A menor versão do cheese salada acrescida de salada de repolho curtido custa 12,99 reais. “Meu cliente não pode se sentir explorado, pagar mais por um sanduíche do que para comer na minha churrascaria”, diz Afonso Henriques da Rocha, dono da lanchonete e do restaurante Sujinho. Mas há um inconveniente: a casa não aceita cartões de débito nem de crédito.

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Jubileu, do Ritz - HAMBÚRGUER - 2256
Jubileu, do Ritz – HAMBÚRGUER – 2256 ()

É o mesmo caso de outro endereço bom e barato, o Hambúrguer do Seu Oswaldo, há 46 anos no Ipiranga. “Como cliente, não pago 30 reais por um sanduíche. Prefiro ir a um restaurante e pedir um prato”, afirma a atual proprietária, Marta Paolicchi, filha do fundador. “Só posso cobrar preços baixos, porém, porque sou dona do imóvel. Além disso, os clientes não se incomodam com a simplicidade do nosso salão.” Como num passado não muito distante, ali se pagam 8,70 reais para devorar um delicioso cheese salada de 90 gramas de carne coberto com molho de tomate.

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