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Graciella Starling: a chapeleira de luxo das celebridades

Chapéus viram objetos de desejo de mulheres como Ivete Sangalo e são expostos em Portugal

Por Laura Pereira Lima
8 mar 2024, 06h00

Uma caminhada habitual com seu cachorro no Parque Villa Lobos, um desfile de moda na Europa… não importa, Graciella Starling não dispensa um bom chapéu na hora de montar o look. Não era para menos. Mineira radicada na capital paulista desde os 17 anos, a designer é o principal nome do mercado de chapelaria de luxo no Brasil. Com mais de 2 000 peças produzidas nos últimos dez anos, ela já fez a cabeça de mulheres como Ivete Sangalo, Larissa Manoela, Paula Fernandes e Marina Ruy Barbosa.

Na última semana, Graciella atendeu à videochamada desta reportagem em um quarto de hotel em São João da Madeira, em Portugal, onde o Museu da Chapelaria acaba de inaugurar uma exposição sobre o seu trabalho, que ficará em cartaz até junho. Contrariando a regra de que não se deve usar o acessório em lugares fechados, ela vestia um exemplar de feltro preto e detalhes dourados. “A etiqueta clássica não obriga a mulher a tirar o chapéu em hipótese alguma”, afirma ela, que para esta curta temporada europeia levou outros oito modelos. “É bem difícil levar tudo isso na mala”, confessa.

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Item à mostra no Museu da Chapelaria: arte luxuosa (Reide Cavaglieri/Divulgação)

A história de Graciella neste universo começou na infância. Aos 6 anos, a designer nascida em Itajubá, interior de Minas Gerais, já era uma ávida usuária. “Eu pedia pra minha mãe fazer chapéus combinando com meus vestidos”, lembra ela, que ainda tem todos eles guardados. Aos 14, fez seu primeiro protótipo, um bucket nas cores azul, preto e branco — o modelo, que significa “chapéu balde”, em inglês, foi o grande hit entre os fashionistas na temporada 2023. Depois, foi proprietária de uma marca de acessórios diversos, mas os chapéus se destacaram. “Eu criava cinto, cachecol e amarrava tudo na cabeça”, conta.

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(Reide Cavaglieri/Divulgação)

Enquanto se estabelecia na chapelaria, assinou adornos de cabeça para noivas, experiência que lhe ensinou a ser mais empática. Ela recorda as crises de ansiedade e as sessões de desabafo que presenciou com algumas de suas clientes. Uma delas teve desfecho curioso. Contratada para desenvolver uma peça para o traje de casamento de Fernanda Souza — de quem é fã desde os tempos de Chiquititas —, a chapeleira acabou sendo uma espécie de terapeuta por um dia. “Quando ela veio provar a peça, foi uma identificação instantânea e ficamos muito próximas. No dia seguinte, me ligou desesperada, com medo de se casar”, conta Graciella, que ficou mais de uma hora tranquilizando a atriz. Anos depois, o episódio ganhou os palcos em uma cena do monólogo escrito e estrelado por Fernanda, Meu Passado Não Me Condena.

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Trabalho manual: trinta a sessenta dias de elaboração por coleção (Reide Cavaglieri/Divulgação)

Graciella conta que, durante a adolescência, chegou a sonhar em ser neurocirurgiã. “Por sorte, fui mexer com a cabeça só do lado de fora, que é muito mais tranquilo e prazeroso”, diverte-se. Foi depois de um curso em Londres, entre 2010 e 2011, que ela decidiu se dedicar integralmente ao ofício — para espanto de sua equipe na época, que temia pela falta de clientela no Brasil. E com razão. Foram longos cinco anos até conseguir vender a primeira unidade.

Atualmente, além de comercializar suas peças pela internet, a designer desenvolve artigos sob medida para clientes particulares, editoriais de moda, além de exibir seu trabalho em desfiles na França, na Arábia Saudita e no Líbano. Os modelos disponíveis no site vão desde versões sofisticadas do estilo cowboy até o moderno head heid, uma espécie de capacete com uma rede que cobre toda a face, inspirado nas guerreiras orientais. Para vestir um desses objetos de desejo, é preciso desembolsar um bom dinheiro. Uma boina preta, item mais em conta, custa 890 reais. Já o modelo Alec, uma luxuosa relíquia feita sob encomenda com veludo e cristais prateados, sai por quase 11 000 reais.

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Publicado em VEJA São Paulo de 8 de março de 2024, edição nº 2883.

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