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Cauby Peixoto: o cantor que lota o Bar Brahma

Ganhador de dois prêmios TIM e de um Grammy Latino, o eterno astro desfruta o sucesso ao seu melhor estilo

Por Thales Guaracy
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h32

Uma vez por semana, o Bar Brahma lota com a maior estrela que se apresenta no lugar. No seu figurino esfuziante, Cauby Peixoto, que hoje tem dificuldade de locomoção, entra no salão lentamente com o microfone nas mãos, em meio às mesas onde se aperta uma platéia composta das mais diferentes gerações. Dá beijos nas fãs enquanto canta, bem ao seu estilo, até se instalar no palco, em uma cadeira de braços, de onde não sai até o fim do espetáculo. No seu timbre inconfundível, que vai do agudo a um sólido grave, Cauby canta um repertório eclético, que inclui Tom Jobim, Lulu Santos e alguns dos seus clássicos, sobretudo Conceição, lançada em 1956, seu maior sucesso até hoje. Em estado de graça, ele não apenas restaurou um pouco da antiga boemia do centro, no célebre cruzamento da Avenida Ipiranga com a São João, como acumulou uma série de prêmios, coroamento do seu ano e de uma carreira legendária. Recebeu dois prêmios TIM (de melhor cantor popular, por seu álbum Eternamente Cauby Peixoto, e de melhor cantor de MPB, pelo CD Cauby Canta Baden), e em novembro ganhou o Grammy Latino de melhor cantor de música romântica, também por Eternamente Cauby, comemorativo de seus 55 anos de carreira.

“Toda vez que recebo um prêmio, ou a imprensa fala de mim, mesmo em uma notinha pequena, eu fico assim: bobão”, diz ele. “Isso é o artista, por isso é que nós vivemos.” Como nos shows do Brahma, em que o público canta com ele e transforma a apresentação numa calorosa homenagem, Cauby vem recebendo o reconhecimento e o carinho da cidade. Com inauguração que estava prevista para sexta (14), uma exposição na Caixa Econômica Federal da Praça da Sé vai expor por 37 dias fotografias, peças de roupa e outros objetos que formam um pequeno museu da sua história. Cauby começou sua carreira justamente no centro de São Paulo, em tempos bem outros. “As pessoas eram tão chiques que eu tinha vergonha de andar na rua”, relembra.

Em sua longa trajetória, que conheceu vacas gordas e magras, ele chegou a morar dois anos nos Estados Unidos, onde cantou em missas e teve o cabelo alisado para ficar mais parecido com Carlos Gardel. Cantou também em casamentos, aniversários e até num cemitério, no bairro da Piedade, no Rio de Janeiro, que inaugurou há dez anos dando voz à Ave Maria de Gounod. Morador de Higienópolis, Cauby tornou-se um homem recluso. Só sai de casa para trabalhar, como se não houvesse outra pessoa por trás do personagem que criou. “Hoje não se fazem tantos ídolos”, afirma. “Isso me ajudou a continuar ocupando um certo espaço.” Talvez este seja mesmo o segredo de Cauby para resistir ao tempo: o mundo pode ter mudado muito, mas ele, não.

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