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Após mortes e caos no metrô, Carnaval de rua terá mudanças

Administração promete para o próximo fim de semana seguranças à paisana nas estações, além de mais banheiros químicos e guardas municipais entre os foliões

Por Adriana Farias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 fev 2018, 19h43 - Publicado em 9 fev 2018, 06h00

No sábado (3) e no domingo (4), durante o esquenta do Carnaval, a multidão de foliões pegou a prefeitura de surpresa. A municipalidade esperava receber 1,5 milhão de pessoas no período, mas a expectativa de público acabou superada em mais de 100%. No total, 187 blocos arrastaram o recorde de 3,95 milhões de baladeiros para as ruas, principalmente nas regiões de Pinheiros, centro e Ibirapuera.

A conta imprecisa rendeu problemas na organização e deu espaço à falta de civilidade. Enquanto a maioria dos participantes se esbaldou em clima de harmonia em cordões como o Acadêmicos do Baixo Augusta e o Casa Comigo, outros aproveitaram o momento para criar algazarra.

No metrô, por exemplo, com estações e trens lotados e intransitáveis, os sistemas de emergência foram disparados indevidamente 39 vezes, oito na Linha 2-Verde, 25 na Linha 4-Amarela (que também teve as alavancas de parada acionadas nove vezes) e seis em outros pontos. Cinco usuários precisaram ser retirados das plataformas por insistir em manter as pernas fora das áreas de segurança.

Houve ainda passageiros que invadiram os trilhos ou tentaram embarcar entre os vagões. As ocorrências, é claro, prejudicaram a circulação dos trens, o que levou a duas horas de operação parcial. No quesito vandalismo, pelo menos dois monitores foram depredados e um vagão, pichado.

Ana, do restaurante Martín Fierro: grades contra depredação (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Nas ruas, nem uma novidade na fiscalização inibiu um problema antigo: o xixi em via pública. Devido a uma lei em vigor desde novembro, 100 pessoas receberam multa de 500 reais pela infração — é possível recorrer. Para evitar danos do tipo a seu restaurante, o Martín Fierro, na Vila Madalena, a empresária Ana Massochi colocou grades em frente ao estabelecimento.

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“Vamos fechar as portas durante o feriado prolongado e amargar prejuízo”, lamenta. Os manjados sumiços de celulares também ocorreram no cenário. A polícia prendeu cinco bandidos por furto e roubo de 29 aparelhos.

Xixi na rua: 100 multas pela infração (Ananda Migliano/Futura Press/Veja SP)

Dois casos mais graves, entretanto, destacaram-se na serpentina de problemas. No sábado, um frentista de um posto de gasolina na Avenida Rebouças assassinou a tiros dois rapazes, o professor de educação física Bruno de Souza, de 31 anos, e o metalúrgico João Batista da Silva, 30, após uma discussão sobre urinar em local irregular. O criminoso foi indiciado por homicídio, mas estava foragido até a quarta (7).

Na esquina das ruas da Consolação e Matias Aires, o estudante de engenharia Lucas Antônio da Silva, 22, morreu eletrocutado ao encostar em um poste energizado, no domingo. No lugar haviam sido instaladas, sem autorização da prefeitura, duas câmeras de vigilância da GWA Systems, empresa terceirizada contratada pela Dream Factory, a agência responsável pela organização do Carnaval de rua paulistano. Procurada, a Dream Factory informou aguardar laudo que confirme se a morte está associada a seus equipamentos.

Tragédia: o estudante Lucas Silva foi eletrocutado em poste (Reprodução/Facebook/Veja SP)

Diante do quadro delicado, a prefeitura e o governo do estado pretendem promover mudanças para o próximo fim de semana, no qual mais 170 blocos entrarão em cena e a Avenida 23 de Maio estreará como palco de desfiles. As linhas 1, 2 e 3 do metrô saltam da média de vinte a trinta trens em atividade para oitenta. Os 3 000 seguranças das estações contarão com um complemento de 30% no efetivo.

Também serão posicionados cerca de 200 agentes à paisana para coibir o mau comportamento. “Ao constatarmos infração, vamos mandar o sujeito direto para a delegacia”, garante o secretário dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni. “Transporte não é brincadeira, não deixaremos essa minoria atrapalhar a festa.”

A administração controlará o fluxo por meio da disposição de acessos diferentes para a entrada e a saída, além da criação de bolsões, ou seja, áreas delimitadas por grades para controlar a passagem dos usuários. Nas ruas, o número de banheiros químicos deverá saltar de 21 000 para 25 000. Os 3 000 guardas civis metropolitanos terão aumento de 25% em seu contingente, para evitar confusões durante a folia. “Vimos a necessidade de fazer alguns ajustes e correções”, diz o secretário de Prefeituras Regionais, Claudio Carvalho.

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