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Desperdício da Guarapiranga: crise da pandemia e águas sujas afetam imóveis, restaurantes e clubes náuticos

Em meio ao caos dos efeitos econômicos e ambientais, alemão quer erguer estátua maior que o Cristo Redentor

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h56 - Publicado em 15 jan 2021, 01h20
Prainha do Guarapiranga
Local conhecido como Prainha: churrasco na Kombi (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Construída em 1908 pela antiga Light, a Represa de Guarapiranga, um lago artificial com 200 bilhões de litros de água e distante apenas 20 quilômetros da Praça da Sé, enfrenta um dos seus piores momentos. Responsável pelo abastecimento de 3,2 milhões de paulistanos, o reservatório, que sai de Interlagos e vai até a divisa com Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra, seria uma ótima pedida para quem não quer enfrentar os apuros das praias cheias em tempos de pandemia.

São dezenas de restaurantes, clubes náuticos, “prainhas”, opções de passeios das mais variadas formas — do caiaque ao stand up paddle, passando por vela, lancha e até os mais radicais, como windsurf. Seria, não fossem os efeitos econômicos e ambientais que degradam a região de 30,67 quilômetros quadrados. Nesse entorno — do tamanho de Itaim Bibi, Moema, Consolação e Alto de Pinheiros juntos — vive um milhão de paulistanos (8,3% da população da metrópole), mas a maioria vira as costas para o segundo maior reservatório da cidade.

Pessoas limpando o guarapiranga, com um mapa ao lado mostrando a localização da represa em um mapa
Guardiões da Guarapiranga: trabalho de formiguinha (Alexandre Battibugli/Veja SP)
Duas fotos: uma caixa de metal sendo arrastado e lixo no Guarapiranga
Limpeza por voluntários: lixo acumulado e caixa de metal (Snazzy maps/Alexandre Battibugli/Veja SP)

Na última semana, VEJA SÃO PAULO percorreu de barco, caiaque, de carro e a pé toda a extensão do reservatório e seus acessos. A bordo do Bat Boat, o barco de alumínio do empresário Augusto de Andrade, 51 anos e o mesmo tempo de represa, o que mais chama atenção é a grande quantidade de lixo que chega às margens. Em alguns pontos, sobretudo perto da saída de córregos, a água preta que solta milhares de bolhas demonstra o excesso de material orgânico se decompondo em seu fundo. Perto dali, um grupo de crianças nada nas águas como se não houvesse poluição.

“Além dos mutirões, estamos reflorestando, por conta própria, as ilhas”

Augusto de Andrade, o Bat

Há um ano, Andrade e mais dois amigos se juntam para ações específicas de limpeza. Mesmo durante a pandemia, eles conseguiram reunir dezenas de voluntários e recolheram 20 toneladas de plásticos, pneus, sofás e o que mais aparece. “Sou filho de represeiro e nosso trabalho, mesmo sendo de formiguinha, está ajudando de alguma forma”, diz o empresário. “Outra forma de contribuir com o meio ambiente é reflorestar as ilhas (são seis). Toda semana plantamos algo nelas.”

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A próxima ação de limpeza está marcada para este sábado, 16 de janeiro, e vai contar também com a ajuda de represeiros que percorrem a Guarapiranga em cima de motos aquáticas. Nesse dia, uma das missões do grupo, chamado Amigos da Represa Guarapiranga (há outros diversos movimentos parecidos), é remover uma caixa de ferro com centenas de quilos que se parece com uma geladeira e se desprendeu de alguma embarcação. “Se ela veio boiando, vai ter de voltar boiando”, afirma Bat, que vai amarrá-la a uma corda para fazer o reboque. Amigo de Augusto, o funcionário público Genival Lopes, o Gê, 41 anos, enche a mão para mostrar, após poucas agachadas em uma área suja, a grande quantidade de palitos de pirulito e pinos de cocaína que aparecem na represa vindos de córregos que deságuam ali.

ATENÇÃO AOS LIXOS PEQUENOS

“Se não são os voluntários para cair na água e limpar a represa, ninguém faz. Quando estamos recolhendo os lixos, sempre vejo a data de validade dos produtos. Encontro pote de margarina vencida desde 1993, frasco de iogurte do início dos anos 2000. Tem muita coisa dos anos 90 também. Esses materiais não chegaram agora. Eles estão no fundo da represa há décadas e só aparecem quando o nível da água baixa muito, como agora. Outra coisa que merece atenção é a grande quantidade de palitos de pirulito e pinos de cocaína que vêm pelos rios após fortes chuvas. No caso dos palitos, o perigo de eles virarem microplásticos é muito maior do que uma garrafa PET. Ou seja, podemos ingerir esses microplásticos com maior facilidade. As autoridades nos ajudariam muito se instalassem caçambas nas margens para a gente poder fazer o descarte com mais facilidade. O trabalho de levar o lixo embora é muito maior do que o de recolher.”
– Genival Lopes, o Gê, 41

Mãos cheias de palitos de pirulito e pinos de cocaína
(Alexandre Battibugli/Veja SP)

Se os problemas da represa fossem apenas oriundos da chamada poluição difusa, a situação poderia ser mais bem equacionada. Um estudo da qualidade das águas da Guarapiranga, feito anualmente pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul desde 2015, apontou pela primeira vez a péssima qualidade do reservatório. Ao contrário dos anos anteriores, a pesquisa não conseguiu abranger todos os 51 pontos previstos, pois a embarcação não chegou às margens devido ao assoreamento (e à seca provocada pelo inverno).

Por mês, em média, quatro veículos náuticos são apreendidos pela Guarda Civil Metropolitana ou pela Marinha por falta de documentação

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Dos dezesseis locais abordados, em nenhum a qualidade da água esteve boa. Foram cinco regulares, nove ruins e dois péssimos. “Existe uma lei específica do reservatório, de 2006, que aponta para as necessidades urgentes de ações integradas de proteção, de recuperação da vegetação, de uma fiscalização integrada efetiva, de um monitoramento para a balneabilidade e para que os rios e córregos que são contribuintes do reservatório não tragam o esgoto não tratado”, afirma a professora Marta Marcondes, responsável pelo Projeto Índice de Poluentes Hídricos. “Na comparação com os anos anteriores, surgiram novos tipos de bactéria e o fundo do reservatório ficou mais comprometido pelo depósito de inúmeros poluentes oriundos de esgoto doméstico não tratado.”

Rogério e embarcações na Guarapiranga
Rogério Nunes, com veleiro na garagem de casa; e as embarcações na represa, que apesar da qualidade da água, tem grande movimento (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Em nota, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, por meio da Sabesp, afirma que os investimentos em saneamento básico na região da Guarapiranga permitiram quase dobrar o volume de tratamento do esgoto em quatro anos, aumentando a vazão encaminhada à estação de tratamento, de 534 litros, em 2016, para 969 litros, em 2020. Diz ainda que o Programa Nossa Guarapiranga, criado em 2011, retirou desde então 197 000 metros cúbicos de resíduos, o equivalente a 9 800 caminhões basculantes.

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Sobre a qualidade da água, a Cetesb afirma monitorar a represa Guarapiranga em apenas dois pontos. Em 2019, a situação era considerada boa, mas a estiagem ao longo do ano diminuiu o nível da represa e elevou a densidade de microalgas e cianobactérias na água. Presentes no local, o Destacamento Náutico da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Marinha atuam na fiscalização das embarcações. Por mês, em média, quatro veículos náuticos são apreendidos por falta de documentação ou habilitação dos condutores.

BANQUETE NA REPRESA

A empresa Vivant oferece um serviço de luxo a bordo de duas lanchas. Do casal de namorados a um passeio em família, a companhia dispõe de pacotes de no mínimo duas horas, o suficiente para conhecer todos os pontos da represa. O serviço mais barato custa 500 reais, comporta até quatro pessoas (duas crianças e dois adultos) e dá direito a quitutes, como amendoim e refrigerantes. Quem quiser passar a noite, além de levar muito repelente, desembolsará 1 500 reais (valor por casal). O pacote inclui jantar e café da manhã. Informações: https://www.vivantsp.com.br

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Mesa montada em barco navegando no Guarapiranga
Mesa montada: serviço de luxo em barco (Vivant/Divulgação)

A (má) qualidade da água, somada à crise econômica da pandemia, impacta diretamente uma forte fonte econômica do pedaço, os mais de dez clubes náuticos do entorno. “Como incentivar nossas crianças a aprender esportes com a água nessa situação? Temos três flagrantes gritantes recentes de descargas de esgotos”, questiona Mário Fontes, diretor do Clube de Campo de São Paulo, que possui mais de 1,2 milhão de metros quadrados de área (dez vezes mais que o Parque Burle Marx) e conta com campo de golfe e pista de hipismo. Ali, o título familiar gira em torno de 55 000 reais e as mensalidades, cerca de 2 500 reais.

Mais antigo do pedaço, o São Paulo Yacht Club (SPYC), fundado com o nome de São Paulo Sailing Club em 1917, teve 150 sócios titulares no seu auge e hoje possui menos de 100. Com o fechamento dos clubes por causa da quarentena, de março a julho passado, viu a receita cair e cerca de 7% dos sócios cancelar seus títulos.

A saída para equalizar a conta foi reduzir a operação e a circulação de pessoas. Nesse caso, sobrou para os garçons. “O restaurante está operando, mas sem garçom. Só atendemos no balcão. O sócio vai lá, pega a bandeja e leva para a sua mesa. Outra medida foi restringir a entrada de convidados que não são parentes de primeiro grau dos sócios”, afirma Mark Stevens (47), vice-comodoro do SPYC, cujo acesso se dá pela Avenida Atlântica. Ali, o título custa cerca de 4 700 reais e a mensalidade, 600 reais.

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Do outro lado da margem, o Yacht Club Itaupu, fundado em 1934, também enfrenta queda de receitas. “Chegamos a ter mais de 150 sócios e hoje contamos menos de setenta”, afirma Tassilo Mader, 52, comodoro (o presidente nos clubes tem essa denominação) do local. “Frequento a represa desde meus 6 anos, quando meu pai construiu uma casa na Riviera. Nessa época não havia as construções irregulares que há hoje e que prejudicam diretamente a qualidade da água.”

Em outubro passado, a Vejinha mostrou que o desmatamento ilegal abre espaço para condomínios clandestinos na beira da Guarapiranga. No Jardim Aracati, um terreno de 130 000 metros quadrados de mata fechada (o tamanho do Parque da água Branca) deu lugar a 345 lotes. As primeiras casas começaram a aparecer sobre a terra vermelha, sob a subserviência de vereadores da região e diante da ineficiência do poder público. Também não há asfalto, energia nem, claro, saneamento básico. Há dezenas de outros trechos desmatados na mesma situação.

3,2 milhões de paulistanos bebem água da Guarapiranga

 

A realidade atual contrasta com áreas também ocupadas próximas dali, mas com certa ordenação. Com mais de 100 anos de existência, a Riviera Paulista nasceu descampada e foi ganhando sua floresta ao longo dos anos. O local, com cerca de 200 casas de alto padrão (cerca de 20% delas estão à venda ou para alugar), muitas com barcos e lanchas “na porta” e outras em péssimo estado de conservação devido a sucessões patrimoniais incompletas, ainda é um oásis em meio à represa, a despeito de a erosão das encostas provocar a queda de dezenas de árvores, como o eucalipto, e de muros de várias residências.

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Outro problema são as festas clandestinas. Um morador que pede para não ser identificado afirma que há uma invasão de festas ilegais, problema recente intensificado na pandemia. São pessoas que chegam de fora do bairro, que ouvem som alto até de madrugada. De acordo com o morador, a polícia chegou a ser chamada várias vezes, mas afirma não poder entrar em área particular.

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Imagens do Campo de São Paulo
Fontes, do Clube de Campo de São Paulo: esportes aquáticos e terrestres (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Tanta degradação e reclamação ocasiona grande desvalorização imobiliária. Em sites de negociação on-line, uma casa descrita como “de cinema”, com 500 metros quadrados de área construída, de frente para a represa, com quatro suítes, vista para a água, píer para barco, piscina e ampla área de lazer, sai por 2 milhões de reais, menos da metade do preço de uma casa com condições semelhantes no Brooklin, por exemplo.

Outro setor que vem sofrendo é o de restaurantes da Avenida Atlântica. Dos mais de vinte estabelecimentos que margeiam a represa, pelo menos três fecharam as portas definitivamente nos últimos meses. O Novo Prainha só não foi o quarto a falir por ter sido vendido em junho passado. “Abrimos em julho, mas até agora o movimento não está bom. Em janeiro, para não atrasar os salários dos 21 funcionários, tive de colocar dinheiro do meu bolso”, relata Severino Ramos de Oliveira, 67, um dos dois sócios do espaço, que tem acesso direto à represa. “Entre o Natal e o Ano-Novo, comprei 30 000 reais de mercadorias, como carne e chope, mas tudo ficou encalhado devido à imposição do fechamento feita pelo governador.”

Enquanto os holofotes estão voltados para a água e para os negócios em torno dela, um empresário alemão de 62 anos, há trinta vivendo nas margens da represa, quer chamar a atenção para o meio ambiente local por meio de um projeto audacioso montado em um dos pontos mais icônicos da Avenida Atlântica.

No terreno onde funcionou a Reggae Night, uma das mais famosas casas noturnas da década de 90 (Vejinha fez uma matéria de capa sobre o local em 1993), Michael Polmer promete instalar uma estátua do Apóstolo Paulo com 40 metros de comprimento, 2 metros maior que o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

Pinna e Polmer e a cabeça da estátua
Pinna e Polmer (à esquerda), entre as esculturas e a cabeça (à direita) da futura estátua: queixa de reflexos (Alexandre Battibugli/Veja SP)

A obra, projetada pelo artista Gilmar Pinna, terá mais 12 metros de estrutura, atingindo a altura de 52 metros no total. “Quero transformar a estátua em um marco da cidade”, diz o alemão radicado no Brasil. São 200 toneladas de aço inoxidável, 300 metros cúbicos de concreto e as primeiras reclamações de vizinhos. “A estrutura de metal, prateada, vai gerar um ‘efeito espelho’ nos bairros vizinhos, provocando reflexo excessivo nas casas em locais mais altos, como na Cidade Dutra (próximo ao Autódromo de Interlagos). Sem falar na poluição visual e na piora do trânsito na Avenida Atlântica, que já é caótico”, diz o biólogo e ornitólogo (que estuda aves) Fabio Schunck. “Interlagos é tombado pelo valor urbanístico, e essa estátua vai destoar de tudo que existe ali”, afirma o estudioso da natureza, que catalogou mais de 400 espécies de pássaro nos últimos vinte anos (confira ao final da reportagem fotos de pássaros fotografados por ele).

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Hoje, quem passa pela Avenida Atlântica, uma das principais do bairro, vê uma grande quantidade de imóveis vazios e abandonados. Fechado há mais de trinta anos, o Santapaula Iate Clube, projetado por Vilanova Artigas, é o ícone do abandono. Com o concreto desgastado e em ruínas, o espaço abriga moradores de rua.

A última ação da prefeitura para valorizar a região foi durante a gestão de Gilberto Kassab, que alterou o nome da antiga Avenida Robert Kennedy (atual Atlântica) e proibiu o uso de jet ski próximo às prainhas. Seu intuito era transformar a região na “praia dos paulistanos”. Reeleito em novembro passado, Bruno Covas prometeu instalar na Guarapiranga e na Billings o aquático, um meio de transporte que vai custar 100 milhões de reais. “Serão barcos como os que fazem a travessia Santos-Guarujá”, disse o tucano à Vejinha em novembro.

Em dias de sol, um grande público que vem de fora costuma ocupar as prainhas da Guarapiranga, mas muitos param os carros bem próximo da água, ligam o som alto (cada um ouve o que quer) e deixam um rastro de sujeira para trás. Com tanta notícia ruim, desse jeito, nem o Apóstolo Paulo metálico vai querer ficar virado para a represa.

Ruínas do antigo Santapaula Iate Clube: trinta anos de abandono
Ruínas do antigo Santapaula Iate Clube: trinta anos de abandono (Raul Juste Lores/Veja SP)
Capa da Vejinha de 1993
Matéria de capa de 1993 sobre a Reggae Night: icônica balada (Veja São Paulo/Veja SP)

Os pássaros de Fabio Schunck

ÁGUIA PESCADORA

Migratória da América do Norte, passa por aqui entre setembro e março.

Foto da parte de baixo de uma águia pescadora voando
Águia pescadora: ave da América do Norte (Fabio Schunck/Divulgação)
COLHEREIRO

Ave faz deslocamentos regionais ainda pouco conhecidos, aparecendo na primavera e no verão.

Aves colhereiras no mato
Colhereiro: deslocamento ainda não são tão conhecidos (Fabio Schunck/Divulgação)
PRÍNCIPE

Ave migratória do Sul, se reproduz na primavera e verão em países como a Argentina, e para fugir do frio intenso migra para o Sudeste e outras regiões do Brasil com inverno menos rígido.

Foto de um príncipe com um lago ao fundo
Príncipe: ave sulista (Fabio Schunck/Divulgação)
PERNILONGO DE COSTAS BRANCAS

É uma espécie residente, mas, em algumas épocas do ano, o número de aves aumenta muito, sendo provavelmente devido à chegada de outros indivíduos que fazem deslocamentos regionais.

Pernilongo de costas brancas em um rio
Pernilongo de costas brancas: nome faz referência as pernas da ave (Fabio Schunck/Divulgação)

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Publicado em VEJA São Paulo de 20 de janeiro de 2021, edição nº 2721

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