Caldinho ganha diferentes versões em bares da cidade
Agora é possível encontrar nos cardápios pedidas com ingredientes pouco comuns
Seja para preparar o corpo para a jornada etílica, seja para ajudar a recobrar a sobriedade no fim da noite, os caldinhos servidos nos bares sempre foram fiéis amigos dos bons de copo. A novidade é que agora as sugestões não se resumem à velha (e deliciosa, sejamos justos) receita de feijão. Podem-se encontrar nos cardápios versões inusitadas com ingredientes incomuns. O empresário Walter Lengyel, um dos sócios do Zé Bonito, endereço de frequência jovem na Vila Olímpia, foi desafiado pelos outros donos a criar uma fórmula diferente. “Experimentei fazer um de shiitake e deu certo”, conta. Há duas semanas no menu, a nova pedida leva um pouco de creme de leite fresco para ganhar consistência. Vem acompanhada de quatro torradinhas em formato de tira, na medida para molhar no caldo.
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No boteco Sabiá, na Vila Madalena, faz sucesso a receita de abóbora incrementada com curry, gengibre e leite de coco. Ela chega à mesa em quantidade generosa — quase 300 mililitros. “Tem noites em que vende mais que o caldinho de feijão, que é um clássico”, diz a chef Graziela Tavares, uma das sócias. “Por ser condimentado, combina bem com destilados, sobretudo a cachaça.” Quem quiser poderá potencializá-lo à mesa com pimenta dedo-de-moça banhada em azeite e coentro picadinho.
No bar Templo, na Mooca, desperta a atenção da clientela o caldinho de piranha. Quem o introduziu no cardápio foi o cozinheiro da casa, o soteropolitano Lázaro Malheiros. Ele aprendeu a prepará-lo há trinta anos, em sua cidade natal, e não gosta de fornecer pistas da execução. “Só posso dizer que dou um toque baiano”, esquiva-se. Na Vila Madalena, os bares Filial, Genésio e Genial também ganharam notoriedade pelos caldinhos. O campeão de vendas é o de mandioquinha com camarões pequenos e pedaços de gorgonzola (14,50 reais) — somados os três lugares, saem mais de 1.000 unidades por mês.
Outros endereços, porém, preferem criar variações do clássico de feijão. O bar Azucar, no Itaim, oferece uma versão turbinada com rum cubano (10 reais). Já o moderninho Tubaína incluiu no cardápio, dois meses atrás, uma alternativa vegana da receita. Feita com feijão-carioca, não leva bacon no cozimento e mesmo assim fica saborosa. Entram no tempero alho e cebola refogados mais pimenta-do-reino. A pedida, que vem com torradas de pão de fôrma integral, tem um atrativo extra: é apresentada numa charmosa caneca de ágata.