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Amigo que encontrou estudante em fosso diz que ela não reagia

Bruna Barboza Lino morreu na madrugada de domingo (15) em uma construção abandonada ao lado do campus da USP

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h22 - Publicado em 16 dez 2013, 17h37

“Eu chequei a pulsação. Na minha opinião, ela ainda tinha sinal vital, mas não reagia a nada”. A afirmação é de Rafael Viana, amigo da aluna do curso de Letras, Bruna Barboza Lino, de 19 anos, que morreu na madrugada desse domingo (15) ao cair no fosso de uma construção abandonada perto do campus da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com o rapaz, na madrugada de domingo, depois de ir a uma festa e terminar a noite em um construção abandonada ao lado do Paço das Artes, Bruna se despediu dos amigos e desceu um andar em busca do banheiro. Pouco tempo depois, o grupo escutou um grito. Os estudantes saíram em busca da amiga e a encontraram no subsolo da construção abandonada, onde havia muita água acumulada. “Eu e mais outras pessoas fomos os primeiros a encontrá-la. A primeira coisa que a gente fez foi tirar ela da água para não se afogar. Depois, ligamos para o Samu.” 

Ele conta que, como os estudantes não sabiam informar o endereço correto, o atendimento encerrou a ligação. Um dos garotos foi então correndo atrás da segurança do campus para pedir ajuda. Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou, os estudantes já tinham levado a garota para o andar térreo. Entre o momento da queda e o resgate, Rafael acredita ter demorado 15 minutos.

Colegas em várias disciplinas do curso noturno de Letras da USP, Rafael e Bruna se conheceram no início do ano, quando os dois entraram na universidade. Ele disse ter passado a noite inteira com a amiga, que se divertiu muito na festa. Segundo Rafael, os estudantes foram ao prédio abandonado esperar o metrô e o ônibus voltarem a circular. “Saímos cedo da festa e não dava para ir embora de transporte público. Ficamos esperando dar um horário bom para as pessoas irem embora. O Paço das Artes é um espaço frequentado por alunos, sempre tem muita gente e nunca foi proibido estar lá dentro.”

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Homenagem

Na manhã desta segunda-feira (16), amigos e parentes de Bruna foram ao enterro de batom vermelho, sua marca registrada. Rafael conta que ela era extremamente vaidosa. “Era uma pessoa muito humilde, doce, vaidosa, alto astral. Nunca vi falando mal de ninguém, estava sempre feliz, alegre. Era uma pessoa muito para cima, muito boa mesmo. Em qualquer lugar que chegava, alegrava todo mundo.”

Investigações

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O delegado titular no 93º Distrito Policial Paulo Andrade abriu um inquérito para investigar o caso. Segundo ele, não é possível determinar ainda se foi um acidente simples ou se alguém teve responsabilidade no caso.

Andrade esteve na manhã desta segunda (16) no local e disse que é prematuro afirmar se o Instituto Butantã, dono do edifício, será responsabilizado por negligência ou imprudência. “Vamos colher informações das testemunhas, analisar o laudo e aí verificar se há possibilidade de chegar ou não uma conclusão.”

Em nota, a USP disse que colocou a Superintendência de Assistência Social (SAS) à disposição da família. Proprietário do prédio, o Instituto Butantã lamentou o fato e se colocou a disposição para colaborar com as investigações e adotar as medidas necessárias. A instituição afirmou em um comunicado que o prédio está totalmente desativado e que o local é cercado por muros e grades. “O instituto também esclarece que já vem elaborando um plano de ocupação do espaço.”

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