BMW Jazz Festival reúne solos e improvisos
Em nova casa, o evento mantém boas atrações e tenta preservar o clima intimista
Bastaram poucas horas para que desaparecessem os ingressos da primeira edição do BMW Jazz Festival, realizada há um ano no Auditório Ibirapuera. Embora confortável, o espaço tem capacidade para 800 pessoas por noite — um número baixo diante da relevância das atrações presentes naquela ocasião, entre elas o baixista Marcus Miller, o saxofonista Wayne Shorter e a cantora-furacão Sharon Jones. A corrida por bilhetes e o sucesso do projeto levaram a organização a mudar o endereço de sua segunda edição.
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Com uma capacidade quase quatro vezes maior, o Via Funchal, na Vila Olímpia, recebe o evento entre sexta (8) e domingo (10). “Não esperávamos uma procura tão violenta em 2011, o que demonstrou como o público de São Paulo estava saudoso de um festival de jazz”, diz a produtora Monique Gardenberg. Curiosidade: ela era a figura responsável pelos extintos Free Jazz, que movimentou a cidade de 1985 a 2001, e Tim Festival, na agenda dos paulistanos entre 2003 e 2008.
O grande desafio será manter o clima intimista numa casa com 3.075 lugares. “Sabemos que os fãs do gênero são exigentes. Assim, os garçons só vão servir antes dos shows e nos intervalos”, explica Monique. Mais jazzística em relação à última etapa, que mesclou vertentes como soul, gospel e influências afro-brasileiras, a programação atual traz nomes consagrados. Entre eles, o saxofonista Charles Lloyd, músico de vanguarda que se apresenta com seu quarteto, e o pianista Chick Corea, que integrou a banda elétrica de Miles Davis e toca ao lado do baixista Stanley Clarke e do baterista Lenny White. O saxofonista Maceo Parker é outro bom exemplo. Membro do grupo de James Brown durante anos, são dele os solos das antológicas “Cold Sweat” e “Papa’s Got a Brand New Bag”.
Mesmo com essa seleção, o BMW Jazz Festival tem como objetivo exaltar instrumentistas da nova geração. “Queremos mostrar o que há de mais atual no meio e apostamos em nomes promissores”, conta Zuza Homem de Mello, curador ao lado de Zé Nogueira e Pedro Albuquerque. Além do trompetista californiano Ambrose Akinmusire, o virtuoso trombonista Troy Andrews, mais conhecido como Trombone Shorty, deve surpreender e levantar a plateia. Nascido em Nova Orleans, o rapaz de 26 anos está na lista de artistas que despontaram para o mundo depois que o furacão Katrina devastou sua cidade, em 2005. Trombone Shorty é tão importante para a região que sua foto estampou um dos pôsteres do tradicional evento local New Orleans Jazz & Heritage Festival, realizado entre o fim de abril e o começo de maio.
Quem não conseguir garantir um lugar no Via Funchal poderá conferir a exibição gratuita e ao ar livre, marcada para o domingo (10), no Parque do Ibirapuera. Além de Maceo Parker, também deve agitar o público o quinteto The Clayton Brothers.
AQUI, JAZZ
VIA FUNCHAL
Sexta (8)
■ Ambrose Akinmusire Quintet
■ Toninho Ferragutti e Bebê Kramer
■ Chick Corea, Stanley Clarke & Lenny White
Sábado (9)
■ The Clayton Brothers
■ Trombone Shorty & Orleans Avenue
■ Maceo Parker e os convidados Fred Wesley & Pee Wee Ellis
Domingo (10)
■ Darcy James Argue’s Secret Society
■ Ninety Miles
■ Charles Lloyd Quartet
PARQUE DO IBIRAPUERA
Domingo (10)
■ Maceo Parker
■ The Clayton Brothers