Indicadores mostram aumento de utilização de bicicletas
Dependendo da fonte, alta foi de 4,3% a 14%; com entrada de mais bikes elétricas compartilhadas do Tembici, tendência é de aumento no uso das magrelas
Em julho de 2022, a aposentada Maria Auxiliadora Pereira, de 67 anos, realizou um sonho que acalentava durante toda a sua vida, o de andar de bicicleta. “É uma sensação de felicidade, de liberdade, de prazer, de sonho realizado”, afirma. A magrela em que ela aprendeu a andar foi uma emprestada pelo projeto Bike Anjo, que ensina pessoas como dona Dora, como ela gosta de ser chamada, a andar sobre duas rodas.
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Depois de ficar anos sem andar de bicicleta, e após ser incentivado por amigos, o psicólogo Marcus Eugênio de Gouvêa César, de 33 anos, decidiu tirar a bike do armário e usá-la em pequenos deslocamentos, como fazer compras no mercado e na padaria. “Estou tentando integrá-la ao meu dia a dia e já me sinto bem mais disposto. Quem sabe um dia uso como meio de transporte.”
Dora e César são alguns dos paulistanos que passaram a se locomover de bicicleta pela cidade no último ano, seja para realizar um sonho de criança, para lazer ou como meio de transporte. Apesar de não haver nenhuma pesquisa específica, duas fontes mostram que esse uso de fato aumentou de 4,3% a 14%. A primeira delas é do sistema de bicicletas compartilhadas do Tembici, do Itaú, que disponibiliza 3 000 bikes para locação em 280 estações. Em janeiro e fevereiro deste ano, o número de deslocamentos — cada um corresponde ao uso durante quinze minutos — foi de quase 2,48 milhões, 4,3% superior aos 2,39 milhões realizados nos dois primeiros meses de 2022. Os entregadores de aplicativos formam 33% do total.
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Outra fonte vem dos contadores mantidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Dois deles, o da Avenida Faria Lima, na Zona Sul, e o da Rua Vergueiro, no Centro, contabilizaram a passagem de 271 957 bicicletas de janeiro a fevereiro deste ano, num incremento de 14% no comparativo com o mesmo período de 2022.
Para Marília Lessa, coordenadora de Relações Governamentais do Tembici em São Paulo, a tendência de aumento do uso da bicicleta, seja a lazer, seja como meio de transporte, reflete o que ela considera “uma mudança de mentalidade na forma como as pessoas buscam por mais sustentabilidade”. O custo inicial para usar as bicicletas compartilhadas é de 4,39 reais a cada quinze minutos. Se a opção for pela elétrica, o usuário paga 40 centavos a mais a cada minuto. O Tembici pretende ampliar a frota de magrelas disponível e instalar mais 1 200 bikes elétricas até o fim deste ano.
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Entre os roteiros sugeridos pela empresa para fazer de bicicleta na cidade de São Paulo estão o Minhocão, as ciclofaixas, entre elas a da Vergueiro, o Parque do Povo e a Cidade Universitária.
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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de março de 2023, edição nº 2832