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Bares de Artur Alvim têm preços de Vila Madalena na Copa

Ponto de encontro de brasileiros e estrangeiros que se dirigem ao Itaquerão, estabelecimentos aumentam preços para tentar faturar

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 5 dez 2016, 14h19 - Publicado em 4 jul 2014, 17h51

Durante a partida entre Brasil e Camarões, na segunda-feira (23), dezenas de turistas e brasileiros se reuniam em volta do telão instalado no Arena Sport Bar para ver o jogo. Pelo cardápio, duas cervejas, uma porção de picanha e outra de batata frita custavam 105 reais. Em qualquer lugar da cidade a conta seria cara, mas ela se destaca entre os preços praticados em Artur Alvim, onde o estabelecimento fica. “O bar tem um conceito diferenciado, trouxemos para cá o clima que você encontra em lugares do Tatuapé e da Mooca”, explica a gerente Danúbia Brandão. Inaugurado em abril, o bar foi aberto especialmente para a Copa do Mundo. “Temos música ao vivo, carta de coquetel, e um garçom que fala inglês. A estrutura e o ambiente se refletem no preço”, diz a gerente.

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Nos arredores da estação Artur Alvim, passagem obrigatória para parte dos torcedores que vão ao Itaquerão ver os jogos da Copa do Mundo, é possível encontrar lugares muito diferentes: do boteco com a churrasqueira na porta a bares que, como o Arena Sport Bar, têm preços mais salgados. O preço da cerveja varia entre 6 e 15 reais no bairro (a Budweiser é a cerveja mais cara) e as opções para comer são restritas. Grande parte dos bares tem apenas salgados (coxinhas, risoles e bolovos custam, em média, 3 reais) e poucos contam com uma boa quantidade de mesas para os clientes.

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A 27 quilômetros dali, na badalada Vila Madalena, os preços são bem parecidos. Entre os bares que vendem cerveja de garrafa, os preços variam entre 8 e 10 reais. Em alguns lugares, como o Empanadas, cobra-se 50 reais apenas para conseguir uma mesa em dias de jogos do Brasil. “Não cobramos entrada, mas a fila fica enorme”, conta Ananias Bezerra Souza, dono do Bar do Seu Zé. No estabelecimento, os preços dos produtos aumentam em dias de jogo para cobrir os custos de serviço.

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Em Artur Alvim, o clima boêmio é parecido com o da Vila, com a vantagem das ruas estarem mais vazias, de não haver vendedores ambulantes ou carros de som ensurdecedores. “Nesta tarde, havia pessoas de 15 nacionalidades diferentes por aqui”, disse Fernando Queiroz, dono do Bola Bar, na quinta-feira (26). Ele calcula que o lucro em dias de jogo ultrapasse 100%. Ali, a varanda foi ampliada, um novo sistema de som instalado, e há dois telões para acompanhar os jogo. A cerveja mais barata sai por 8 reais. “Nosso custo operacional é grande”, explica o comerciante.

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Grades

Se no bairro da Zona Oeste donos de bares colocaram grades para evitar uma invasão de pessoas em seus estabelecimentos, na Zona Leste, as grades são um problema, e não uma solução. “Colocaram para direcionar o público até o metrô e agora as pessoas seguem o fluxo, não param mais nos bares”, reclama Richard Toffoli, dono de uma franquia do Nosso Bar, que fica na frente da saída do metrô.  “Estragaram a nossa festa”, desabafa o comerciante José de Oliveira atrás da grade que separa seu bar, o Família Oliveira, do fluxo de torcedores que segue para o estádio. Eles calculam que o lucro foi até 50% menor nas duas últimas partidas do mundial.

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Com a churrasqueira na porta e um ventilador estrategicamente posicionado atrás para evitar que a fumaça asfixie os clientes – ou para atraí-los com o cheiro do churrasquinho -, o Bar do Tadeu conseguiu escapar das grades, pois fica exatamente em um dos pontos de vazão das pessoas. Na quinta, durante o jogo entre Bélgica e Coreia do Sul, o número de clientes fazia inveja ao vizinho Oliveira. Além do acesso mais fácil, outro fator atraía a clientela: a cerveja era a mais barata da região: 6 reais pela garrafa.

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