Banga revela que cancelamento de desfile foi ação de marketing
Bloco, que causou confusão ao anunciar que não iria às ruas, fechou patrocínio com produto de limpeza; foliões criticam atitude e defendem boicote
O cancelamento dos desfiles do bloco Bangalafumenga por causa da sujeira deixada pelos foliões, anunciado no domingo (1º) no Facebook, foi uma ação de marketing de um produto de limpeza. Na noite de terça (3), integrantes do grupo, que desfila no próximo sábado (7) na capital, gravaram um vídeo afirmando que vão desfilar e apresentar o novo patrocinador. “Nunca passou pela nossa cabeça não desfilar. O que passou foi chamar a atenção para o problema”, disse o cantor Rodrigo Maranhão, fundador do bloco.
A informação da suspensão dos desfiles causou confusão entre foliões e ritmistas. Ainda na noite de domingo, nos bastidores, havia o boato de que se tratava de um “pegadinha” dos produtores, com intuito de chamar atenção para a falta de higiene. Além disso, o comunicado não deixava claro se o cancelamento se referia só ao Rio de Janeiro ou também se estendia à “filial” paulistana. A Oficina de Alegria, produtora de eventos que organiza o Banga em São Paulo, informou que desconhecia o motivo do cancelamento na capital fluminense, mas afirmou que o bloco estava mantido em São Paulo.
Ação de marketing
“É com grande alegria e todo amor que dizemos que o Banga vai desfilar, sim. Por todos que pediram, que querem um Carnaval com alegria, folia, mas com educação e limpeza”, disse o músico Thiago Di Sabbato, integrante do grupo, antes de anunciar o patrocinador. A empresa criou a campanha “Folia Sim, Xixi não”. No vídeo, Sabbato conta que o apoiador colocará banheiros extras no desfile e fará parceria com bares para que os foliões possam usar os sanitários.
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Inicialmente, a ação se estendia só ao Rio, mas a Oficina de Alegria também foi procurarada na manhã desta quarta (4) para ganhar apoio com banheiros em São Paulo. O número ainda não está definido. A previsão é que a produtora disponibilize ao menos 120 sanitários, além de pedir cinquenta unidades extras à prefeitura.
“Queria dizer que isso é muito mais que uma campanha de marketing, que uma pegadinha. É o Banga tentando viabilizar o seu Carnaval”, justificou Maranhão no vídeo. A estratégia dos produtores do Banga, no entanto, teve repercussão negativa entre os entusiatas do bloco. Alguns disseram que não participariam do desfile. “Perdi a vontade de ir neste ano”, escreveu um folião paulistano na página do Banga.
Veja a repercussão: