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Banda emo Yellowcard faz show em São Paulo

Músicos devem reunir tribo urbana peculiar no Via Funchal

Por Rodrigo Brancatelli
Atualizado em 5 dez 2016, 19h20 - Publicado em 18 set 2009, 20h36

Roqueiro de hoje não tem mais aqueles cabelos volumosos da década de 80. A cara de mau também foi aposentada. Agora, ele esconde os olhos pintados com lápis atrás de franjas caídas no rosto, usa colares de bolinhas, carrega mochilinhas e veste roupas com quadriculadinhos. Isso mesmo, tudo no diminutivo. Quando encontram sua turma, eles se abraçam e se beijam – seja meninos com meninas, meninos com meninos, meninas com meninas, ou todo mundo junto. Não raro, choram. “Gostamos de mostrar nossos sentimentos”, afirma Yuri Calixto, de 16 anos. “Não é um lance depressivo, mas a gente se emociona fácil com as músicas”, diz Melissa Andrade, 15. Os dois fazem parte de uma tribo urbana que vem deixando alguns pais de cabelo em pé. São os emos, grupo de adolescentes sensíveis que curtem uma vertente do punk rock chamada de emocore (união de som pesado com letras românticas). No próximo sábado (19), uma legião deles deve se reunir no Via Funchal para assistir ao show da banda americana Yellowcard. No repertório, letras como “Acredite / Pense na força do amor no coração / Tudo vai dar certo / Seja forteeeeee”.

Esse gênero musical dor-de-cotovelo, que virou fenômeno mundial nos últimos anos, surgiu em Washington, nos Estados Unidos, na década de 80. É música feita por adolescentes para adolescentes, cantando frustrações bem típicas dessa fase da vida. No Brasil, principalmente em São Paulo, o emocore foi transformado em estilo de vida por garotos e garotas de 14 a 18 anos, com visual e regras próprios. “Agora, todo mundo quer ser emo”, acredita a estudante de moda Stephanie Pavanelli, de 18 anos, que garante ter se tornado fã do movimento antes de sua popularização. “Os mais novos ficam com essa mania de falar ‘inho’, de se beijar na rua, de usar franja longa, só para aparecer. É por isso que as pessoas nos estranham.” Se os adeptos crescem, o preconceito aumenta em velocidade ainda maior. Na Galeria do Rock, reduto histórico de metaleiros no centro, alguns comerciantes irritados com os beijos em grupo colocaram placas nas vitrines das lojas com os dizeres: “Proibido estacionar emos e emas”. A mãe de Yuri, a médica Edna Cazarini, conta que o filho já apanhou por ser emo. “Eu sei que é comum o adolescente entrar para um determinado tipo de grupo, mas isso já está me deixando sem dormir”, afirma. “Comprei gorros e bonés para que escondesse a franja, e ele não quis nem saber.”

O estilo delas

• Cabelo colorido

• Piercings, colares, pulseiras e presilhas infantis

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• Vestido de bolinha estilo anos 60 ou roupas coloridas e com estampas quadriculadas dos anos 80

• Meia arrastão

O estilo deles

• Franjas enormes

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• Camiseta preta de banda, curta e apertada

• Cinto de rebite e tênis estilo anos 80

• Pulseiras, fitas e munhequeiras

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