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Atriz intensa e visual vintage são trunfos de “O Belo Indiferente”

Texto de 1940 dirigido por André Guerreiro Lopes e Helena Ignez é capaz de dialogar com o público por não forçar a atualização

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h33 - Publicado em 2 dez 2011, 23h51

Um dos grandes desafios de um encenador é fazer um texto clássico parecer o mais contemporâneo possível. Levar o espectador a se identificar com a história a ponto de acreditar que ela pode ocorrer na vida real tornou-se árdua tarefa. Escrito em 1940, o monólogo dramático “O Belo Indiferente”, do francês Jean Cocteau (1889-1963), ganha uma montagem dirigida por André Guerreiro Lopes e Helena Ignez capaz de dialogar com o público justamente por não forçar a atualização. Há um descompromisso com a realidade, uma revigorante inspiração na estética retrô e, sobretudo, uma protagonista em constante desequilíbrio emocional.

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Intensa, a atriz Djin Sganzerla (filha da também atriz e diretora Helena Ignez e do cineasta Rogério Sganzerla) alterna tristeza, desespero e perplexidade na pele de uma cantora à espera do amante madrugada adentro. A chegada dele (o ator Dirceu de Carvalho, a maior parte do tempo imóvel numa cadeira, lendo um jornal) aumenta a angústia e, mesmo que a mulher faça de tudo para chamar sua atenção, a comunicação entre os dois não se estabelece. Iluminado por neons, como os dos letreiros de boate, o Espaço Beta do Sesc Consolação se transforma num quarto de hotel do Baixo Augusta, da Lapa carioca ou da Paris dos anos 40. Pelo chão estão espalhados LPs, e alguns deles rodam em uma antiga vitrola, próximos a um fogão portátil de visual moderno. Djin circula pelo ambiente de atmosfera vintage como um misto de personagem de desenho animado (iluminada pela diversidade de cores) e heroína trágica prestes a dar cabo da própria vida.

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