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Apps para comprar créditos de Zona Azul têm alta adesão de motoristas

Apesar da grande procura, usuários ainda enfrentam falhas na ferramenta

Por Adriana Farias e Gabriel Justo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h03 - Publicado em 23 jul 2016, 00h00

A Zona Azul entrou em operação na cidade no ano de 1975 com 5 000 vagas de rua. Passadas mais de quatro décadas, a capital assistiu à multiplicação gradual desses espaços. Se em 2014, ano em que o preço da folhinha saltou de 3 para 5 reais, eram 36 711 posições, hoje são 39 111. O método de controle foi feito exclusivamente por guias de papel até o início de julho, quando a prefeitura implantou a cobrança por aplicativos de celular e tablet.

A vantagem para o consumidor é não precisar ir à caça dos talões — e, melhor ainda, não se submeter às variações de preço impostas pelos cambistas. O processo é simples e rápido. Depois de baixar a ferramenta e cadastrar os dados pessoais e a placa do veículo, o usuário efetua a compra de créditos. Quando se gasta um deles na rua, um comprovante no próprio app mostra o horário e o local de uso do serviço.

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Estão disponíveis os aplicativos da rede de estacionamentos Estapar (Vaga Inteligente) e das empresas de tecnologia Serttel (Estacionamento Eletrônico) e Areatec (DigiPare). Elas faturam comissão de 10% do total pago pelos motoristas, o mesmo valor embolsado por bancas de jornal e demais estabelecimentos que comercializam os papéis do antigo sistema.

“Outras dez companhias apresentaram propostas, e algumas podem em breve oferecer o serviço”, diz Telma Paulino, gestora de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A navegabilidade das três opções atuais é igualmente simples, mas o programa da Estapar tem o diferencial de integrar facilidades dos estacionamentos da rede, como a reserva de vaga.

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A adesão inicial mostra que as pessoas se entusiasmaram por deixar os talões para trás. VEJA SÃO PAULO percorreu dezesseis pontos de comercialização da folha nas cinco regiões da cidade e constatou queda nas vendas. “Caiu quase 50%”, queixa-se Flávio Limberg, dono de um bar na Mooca.

Em contrapartida, até terça (19), 52 611 cartões digitais haviam sido arrematados, movimentando cerca de 54 000 reais por dia. Isso representa 43% da média diária de venda dos talões, se considerados os dados de junho. “Esperamos que, dentro de um ano, 50% das transações sejam feitas via aplicativo, trazendo-nos um faturamento de ao menos 20 milhões de reais no período”, projeta André Iase, CEO da Estapar, cujo app foi baixado por 150 000 paulistanos em nove dias.

App Zona Azul
App Zona Azul ()

A própria CET reconhece que a novidade trouxe transtornos na fase inicial, como dificuldade para o cadastro e o uso dos créditos. O empresário Adriano Vizotto utilizou três vezes a plataforma da Estapar com sucesso, até encontrar problemas na sexta (15). “Parei na região da Rua Oscar Freire e, ao tentar comprar dez cartões por 45 reais, não consegui concluir o processo.”

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Ele ligou para o SAC da empresa, sem ter a questão resolvida. “A atendente disse que houve um alto número de acessos e que o sistema estava inoperante. ”Resultado: recorreu ao talão em uma banca próxima. “A Estapar tem resolvido os eventuais problemas”, responde Iasi.

Ao aderir ao aplicativo, São Paulo não está propriamente na vanguarda. Só a DigiPare tem serviço semelhante instalado em 24 municípios, desde 2010. O atraso pode ser compensado com o lançamento de outras facilidades, sem previsão de disponibilidade. “Queremos implantar, por exemplo, um mapa que mostre quais vagas estão livres na área”, adianta Telma, da CET.

Outro avanço previsto é a possibilidade de compra dos créditos eletrônicos em estabelecimentos como bancas de jornal, uma alternativa para quem prefere pagar a conta em dinheiro ou não deseja usar o celular. Não há, porém, intenção de extinguir os talões.

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O êxito da ferramenta digital pode representar um salto de civilidade para o trânsito, ao coibir o universo de jeitinhos que cerca o sistema. A CET estima que o total de fraudes, com reaproveitamento de talões e folhas falsas, tenha atingido 58 milhões de reais em 2015. Isso fora o ágio cobrado por alguns, que é ilegal. Na Praça Charles Miller, ambulantes vendem a página de Zona Azul por 20 reais, quatro vezes o preço oficial

Há absurdos ainda maiores. Na Rua da Glória, na Liberdade, por exemplo, o flanelinha que se identificou como José Walto vendia cada unidade por 6 reais (1 real de ágio). Oferecia, porém, um pacote para lá de espertinho (algo, infelizmente, comum na capital). Quem pagasse 15 reais poderia ficar com o carro parado na vaga o dia todo sob sua guarda.

Bastava deixar “dois dedinhos” do vidro aberto. “Quando a fiscalização passa, vou lá e boto a folha”, explicou ele, que inclui no pacote a vigilância contra vândalos e trombadinhas. 

ZONA AZUL
ZONA AZUL ()
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COMO FUNCIONA O SISTEMA

O passo a passo para o cartão em celular ou tablet

1. Escolha o aplicativo

Baixe na App Store ou no Google Play um dos três apps disponíveis: Vaga Inteligente (Estapar), Estacionamento Eletrônico (Serttel) e DigiPare (Areatec).

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2. Preencha os dados

Insira seus dados (e-mail, CPF e senha) e inscreva quantas placas de veículo quiser.

3. Adquira os créditos

Há opções de compra com cartão de crédito ou débito. O preço continua sendo 5 reais por período, que pode ser de trinta minutos a quatro horas, a depender da localização. Na compra de dez unidades, há desconto de 10%.

4. Estacione

Ao parar, indique no app onde está, o veículo e quanto tempo ficará. Ao passarem pelo carro ou moto, os agentes checam em um aplicativo próprio de fiscalização se o motorista pagou a Zona Azul. É possível ativar um alarme que avisa quando o período de validade está para vencer.

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