Antonio Ferreira Pinto
À frente da segurança do estado, o secretário fez faxina nas polícias Civil e Militar e viu cair (quase) todos os índices de criminalidade
Ele assumiu a Secretaria Estadual de Segurança Pública em março de 2009 e chacoalhou as polícias paulistas. Pela primeira vez na história, trouxe a corregedoria da Polícia Civil, à qual compete apurar denúncias dentro da corporação, para ser subordinada ao seu gabinete. De janeiro a setembro deste ano, expulsou 181 policiais, boa parte sob acusações de corrupção. O número é quase quatro vezes superior ao do mesmo período do ano passado.
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“Sou responsável pelo que ocorre na pasta. Tem de haver maior participação do gabinete, até para garantir que os policiais que fazem apurações internas não sofram represálias”, afirma. Sob sua gestão, muitos dos índices de criminalidade da Grande São Paulo tiveram uma trajetória descendente. Comparados os primeiros três trimestres de 2009 com os de 2010, os homicídios caíram 7%, os roubos a banco, 5% e os seqüestros, 28%.
Linha-dura, Antonio Ferreira Pinto nunca se furtou a encarar pedreiras. Entrou para a Academia Militar do Barro Branco em 1962, aos 19 anos. Em 1979, tornou-se promotor de Justiça Criminal e, em 1998, procurador de Justiça. Antes de assumir a Secretaria de Segurança Pública, foi secretário de Administração Penitenciária, quando enfrentou rebeliões promovidas pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
À frente da segurança, intensificou os processos de investigação e a presença de policiais nas ruas. Para isso, lançou mão tanto das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), espécie de tropa de elite da PM, quanto de funcionários à paisana, como o que se disfarçou de candidato a deputado em uma operação na favela de Heliópolis, em agosto, ou os que se travestiram de garis em ação na Praça da Sé, em julho.