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Ana Paula do vôlei rebate Casagrande e Marcelo Rubens Paiva

Jogadora defendeu esportistas que se mostraram favoráveis a Jair Bolsonaro e falou sobre liberdade de expressão

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 Maio 2017, 12h42 - Publicado em 23 Maio 2017, 12h40

A jogadora de vôlei Ana Paula Henkel enviou uma carta ao jornal O Estado de S. Paulo em resposta a publicação feita pelo escritor e colunista Marcelo Rubens Paiva em seu blog no portal, no último dia 11.

“Sou uma defensora intransigente de que todos possam ter suas preferências políticas e falar delas livremente no debate público”, escreveu ela, em texto publicado nesta segunda-feira (22) (leia a carta completa da jogadora abaixo).

Na publicação intitulada “Polarização política e ódio chegam ao futebol”, Paiva escreveu sobre um texto de autoria do ex-jogador e comentarista Walter Casagrande para o site da revista GQ, do último dia 9, em que ele critica os jogadores Felipe Melo, do Palmeiras, e Jadson, do Corinthians, por declarações feitas a favor do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Por causa dessa crítica, Casagrande recebeu muitas mensagens ofensivas nos comentários do site. “Estou sendo atacado por direitistas. Até a Ana Paula, do vôlei, que critiquei por apoiar o Aécio, veio para a revanche”, teria dito Casagrande à Paiva, como relatado no blog.

Nessa semana, após a divulgação das delações da JBS – que implicam seriamente o presidente Michel Temer e Aécio Neves (PSDB) -, Ana Paula se envolveu em outra polêmica na internet ao trocar farpas com a nadadora Joanna Maranhão depois que essa questionou a colega por ter apagado tuítes favoráveis a Aécio.

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Confira a carta da ex-jogadora ao jornal:

Na coluna publicada neste jornal em 11/05/17, assinada por Marcelo Rubens Paiva, meu nome foi citado na polêmica que envolveu o ex-jogador Casagrande e sua crítica a dois atletas em atividade que cometeram a ousadia de externar suas preferências políticas sem prévia consulta a qualquer comissariado ideológico.

Numa entrevista em 08 de julho de 2016 para a jornalista Mariana Godoy, o próprio Casagrande reclamou (com razão, diga-se) que jogadores não se envolviam em política. Como agora ele critica Felipe Melo e Jadson apenas por menções rápidas ao tema, acredito que Casagrande possa esclarecer se há pensamentos politicamente corretos e autorizados e outros não, assim as personalidades ligadas ao esporte podem evitar o constrangimento de emitir opiniões incômodas.

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A coluna também parece sugerir que todos que se colocaram contra o regime instaurado no país em 1964, do qual sou crítica, eram “democratas”, o que não é verdade. Os dias não eram assim. Alguns ex-guerrilheiros, como Fernando Gabeira, já comentaram exaustivamente sobre as motivações de muitos opositores e que tipo de regime sonhavam instaurar no lugar no Brasil, por isso não é necessário repetir.

Outro ponto curioso do texto do colunista é a ideia de que os militantes da ideologia que ele aparentemente compartilha com Casagrande seriam mais sofisticados, polidos e tolerantes do que os outros. Como “prova”, dois ou três tweets pinçados cuidadosamente em meio a milhares de reações.

Como sou alvo frequente de todo tipo de ataque, grosseria e ameaça, não apenas como personalidade pública mas também como mulher e mãe, convido a todos que pensem assim que acompanhem com atenção, na terra de ninguém das redes sociais, se algum dos lados do espectro político possui monopólio da educação, da empatia e da virtude.

A única “intolerância” aceitável por qualquer democrata é aquela contra todos os autoritários que sonham em cercear a liberdade de pensamento e expressão alheia. Sou uma defensora intransigente de que todos possam ter suas preferências políticas e falar delas livremente no debate público.

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Se Casagrande e Marcelo Rubens Paiva concordam que é no debate livre e democrático de ideias que podemos avançar, temos muito mais em comum do que talvez suponham neste momento.”

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