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Junior do AfroReggae inaugura escritório em São Paulo

A ONG costura os diálogos mais improváveis

Por Daniel Bergamasco
Atualizado em 5 dez 2016, 16h07 - Publicado em 19 abr 2013, 16h10

A temperatura chegava perto da ebulição no Complexo do Alemão, quando as autoridades do Rio iniciaram o processo de pacificação da área, em novembro de 2010. Ao pé do morro, policiais com fuzis se preparavam para a subida. Lá em cima, traficantes com armamentos igualmente pesados estavam prontos para o enfrentamento.

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Foi quando José Junior, de 44 anos, coordenador executivo da ONG AfroReggae, recebeu o chamado para selar uma trégua. Graças à ótima rede de contatos que mantém nas favelas lá existentes, ele entrou no circuito e apaziguou os ânimos. O episódio ilustra a credibilidade que construiu. Junior, como é mais conhecido, foi o criador do grupo surgido na região do Vigário Geral, que promovia oficinas culturais e esportivas com jovens. Em vinte anos de atuação, a entidade conquistou um grande poder de influência, com respeito por parte de governantes, empresários e chefões do tráfico.

“Na nossa mediação de conflito, o foco é a preservação das vidas. A primeira lição é jamais tomar partido de qualquer um dos lados”, diz Junior. “Como um único olhar pode ser mal interpretado, esquecer julgamentos e manter a calma é crucial.” O histórico de sucessos ajudou o AfroReggae a expandir seus projetos sociais, para os quais conquistou, só no ano passado, 20 milhões de reais em patrocínio.

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Hoje, há 350 membros e funcionários no Rio. No último dia 11, a entidade inaugurou uma sede no centro de São Paulo, em escritório de 256 metros quadrados dentro do prédio do banco Santander, um de seus parceiros. Doze pessoas trabalham ali, número que deve chegar a quarenta até o fim do ano. Aqui, porém, a mediação não está nos planos.

“Há grupos que conhecem muito mais a cidade, algo importante em um trabalho assim”, avalia. “Vamos nos aliar a ONGs, contribuindo, por exemplo, com visibilidade e o bom acesso que temos a empresas”, explica Betho Pacheco, que coordena o escritório. “Seremos coadjuvantes, dando o passe para que os outros façam o gol”, resume Junior. P

ara a tarefa, ele conta com tapete vermelho em diversas instituições. Reuniu-se recentemente com autoridades como o governador Geraldo Alckmin, com quem combinou uma série de longas visitas a presídios paulistas. A experiência o ajudará a formatar a versão local do Empregabilidade, programa que já ajudou cerca de 1 000 ex-detentos a encontrar trabalho no Rio. Em São Paulo, o projeto envolverá também um programa de capacitação, em parceria com o Senai.

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