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Academias se especializam em atender o público acima dos 60 anos

Hoje, os idosos compõem 14% da população paulistana, quase o dobro do que havia no início da década de 90

Por Juliene Moretti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
9 jun 2017, 18h08

Desde 2014, o empresário aposentado Ângelo Fernandes, de 82 anos, repete a mesma rotina pelo menos três vezes por semana. Sai de carro do Jardim São Bento, na Zona Norte, onde mora, rumo à Bio Ritmo, no Shopping West Plaza, na Água Branca. Ali, durante meia hora, faz musculação, ginástica funcional e até boxe . “Levo apenas dez minutos para chegar porque vou em um horário sem trânsito, por volta das 11 horas”, afirma. “Desde que comecei a me exercitar, perdi quase 10 quilos.”

Além de melhorar a forma física, outro motivo que o leva a ir à academia são os colegas. Viúvo desde 2012, ele conta que, antes de frequentar o espaço, vivia isolado em casa, mas hoje é considerado o piadista oficial da turma. “Se deixarem, vou conversando do estacionamento até a sala”, diverte-se ele.

Fernandes faz parte de uma fatia da população que vem crescendo de forma expressiva de uns tempos para cá. Estima-se que o número de pessoas com 60 anos ou mais represente 14% da população paulistana, segundo projeções da Fundação Seade – quase o dobro do que havia no início da década de 90.

Unidade da B-Active em Higienópolis: esforço sem dor (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Boa parte delas ainda é ativa na vida social e profissional. Com a demanda em alta, as aulas de ginástica especializada em idosos também passaram a pipocar pela cidade nos últimos tempos. Elas diferem das classes convencionais porque dispõem de exercícios personalizados, que levam em conta as necessidades específicas para essa faixa etária, como o cuidado redobrado com as articulações e o fortalecimento de braços e pernas para as tarefas do dia a dia.

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É o caso da Vincere, em Moema, em funcionamento desde 2015. Voltada para o público com idade acima de 40 anos, mantém atividades que podem ser combinadas com um profissional que orienta sobre reeducação alimentar e um fisioterapeuta que acompanha os movimentos de cada aluno. “Fazia uma academia convencional, mas me machuquei praticando exercícios errados”, diz o tradutor Marcello Borges, 62. “Aqui, meu rendimento aumentou. Em um ano, perdi cerca de 10 quilos e recuperei minha autoestima.”

O objetivo da assistente social Maria Luiza Ferraz, 67, outra frequentadora do espaço, era conhecer gente. “Fazia aulas particulares com uma fisioterapeuta e, depois, ficava sozinha em casa. Sentia falta de conversar com os outros”, conta ela, que faz reforço muscular no local três vezes por semana. A Reebok Sports Club registrou aumento de 20% no número de alunos de 65 a 95 anos de 2015 para cá nas duas unidades. Em janeiro, lançou programas que trabalham o equilíbrio, a coordenação motora e a memória, ideal para esse público.

“Muitos de nossos clientes são ativos e não se encaixam no perfil ‘terceira idade’, apesar de já terem de lidar com a degeneração do corpo”, explica Elisângela Marta Rosa, responsável pela turma de “veteranos” da malhação. Entre os desafios está o de criar um ambiente com som moderado e classes para idades específicas. “Uma pessoa de 60 quer mais agilidade do que uma de 80.”

Maria Luiza, na Vincere: interação com os colegas (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Academias tradicionais que já ofereciam aulas voltadas à terceira idade ampliaram o serviço recentemente. A Bio Ritmo, por exemplo, disponibiliza o programa Bio Master, com ioga, pilates e dança, entre outras atividades suaves, em doze unidades da rede. A Runner passou a oferecer palestras ministradas por psicólogos e nutricionistas e eventos sociais, como festas e viagens ao interior. “Os clientes se tornam fiéis quando se sentem bem-vindos”, acredita Laís Toledo, que cuida dos programas de ginástica da rede.

Criada em 2004 pelo ortopedista e especialista em medicina do esporte Benjamin Apter, a rede B-Active é uma das pioneiras no atendimento a esse público. Ela possui cinco unidades na capital, em bairros como Anália Franco e Higienópolis, e até o fim do ano vai abrir uma nova no Morumbi.

“O cliente passa por uma avaliação física e, então, calculamos quanto de esforço ele pode fazer”, explica Apter. Segundo o empresário, é comum o aluno chegar com recomendação médica de fisioterapia e os professores acrescentarem pilates, ioga, musculação e aeróbica. “Os exercícios devem auxiliar nos afazeres do dia a dia e em movimentos de rotina, entre eles levantar de uma cadeira sem precisar apoiar as mãos. Se a pessoa sai com dor, ela não volta”, afirma.

Bio Ritmo: a partir de 149 reais por mês no plano anual. bioritmo.com.br
Runner: a partir de 149 reais por mês no plano anual. runner.com.br
B-Active: a partir de 374 reais por mês no plano anual. bactive.com.br
Reebok Cidade Jardim: a partir de 453 reais por mês no plano bienal. reebokclub.com.br
Vincere: 498 reais por mês. vincere.com.br
Espaço Funcional: a partir de 250 reais por mês, com três aulas por semana. espacofuncional.com.br

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