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“Mãe, coelho da Páscoa existe?”

Por Alecsandra Zapparoli,  mãe de Bruna, de 4 anos, das gêmeas Giulia e Bianca, de 7, e diretora de redação de VEJA SÃO PAULO O dilema é recorrente: qual é a hora certa para desfazer a fantasia do coelho da Páscoa, do Papai Noel, da Fada do Dente… Os especialistas costumam dizer que depende do amadurecimento de […]

Por VEJASP
Atualizado em 27 fev 2017, 11h11 - Publicado em 27 mar 2013, 12h33

Por Alecsandra Zapparoli, 
mãe de Bruna, de 4 anos, das gêmeas Giulia e Bianca, de 7,
e diretora de redação de VEJA SÃO PAULO

O dilema é recorrente: qual é a hora certa para desfazer a fantasia do coelho da Páscoa, do Papai Noel, da Fada do Dente… Os especialistas costumam dizer que depende do amadurecimento de cada criança. Geralmente a descoberta é conduzida por eles.

Nesta semana, lá em casa, quando tentei condicionar o mau comportamento à ausência do coelho – “Olha que o coelho está vendo tudo!” – adivinhem? Ouvi de umas da gêmeas, de 7: “Mãe, fala sério, o coelho nem existe”. A pequena, de 4, saiu em defesa do bicho fornecedor de chocolate: “Existe, sim!”. O que tinha funcionado no ano passado, quando elas tinham 6, virou um tiro no pé. Dali pra frente não cabia insistir com o mito diante das mais velhas.

Chamei as meninas para uma conversa, contei a verdade de maneira simples (disse que o coelho, assim como o Papai Noel, existe no nosso coração) e aproveitei para estreitar ainda mais os laços, criando um pacto só nosso: temos de manter o segredo perante a Bruninha, afinal ela é “inha”. Elas adoraram a missão. Sinceramente, tenho dúvida se vai dar certo, já que bastou a irmã aparecer para elas começarem com mil caras e bocas. A poucos dias da Páscoa, estamos discutindo juntas o que fazer para continuar “enganando” – nas palavras delas – a Bruna. Vamos espalhar algodão pela casa a partir da janela, como se fossem os pelos do coelho? Vamos fazer pegadinhas com farinha pelo chão?

A repórter Bruna Ribeiro conversou sobre o tema com dois especialistas: a psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão e o filósofo, mestre e doutor em educação Mario Sérgio Cortella. Leia abaixo:

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Especialistas tiram dúvidas: quando contar a verdade sobre o coelhinho? FOTO: Thinkstock

1) Até quando a criança deve acreditar em coelhinho da Páscoa?
Rosely Sayão –
Não existe uma data. É um período que a gente chama da primeira infância. Depende um pouco da criança. Pode ir até 5, 6 ou 7 anos. Tem uma variação da idade, de acordo com a relação a criança tem com os adultos. Principalmente nesses primeiros momentos de vida, há uma primazia do mundo da fantasia muito grande. Entram todas essa figuras místicas, da Páscoa e do Natal. Vai da família construir essas figuras. Em geral, a criança avisa a gente: “Pode parar com isso, que eu já cresci”. As crianças que chegam nessa faixa, quando se aproxima o Natal, por exemplo, costumam olhar para o Papai Noel no shopping e dizer: “Esse não é o Papai Noel. É um cara fantasiado.” Ou ainda: “O coelhinho da Páscoa não traz ovinhos.” A criança está dando um recado. É legal manter a brincadeira, mas não fazer a criança acreditar no que ela já não acredita. Porque isso é um sinal de crescimento.

Mario Sérgio Cortella – Não existe uma idade limite para desfazer qualquer magia desse tipo; valerá enquanto a criança nela acreditar, e cada uma é uma, tal como ela mesma acredita que personagens de desenhos animados são reais e, por si mesma, deixará de fazê-lo em algum momento.

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2)  O que fazer diante da pergunta: “Mamãe, o coelhinho da Páscoa existe?

Rosely Sayão – Quando a criança faz a pergunta, é porque ela já tem dúvidas. É preciso dialogar e não necessariamente dar a resposta. Quando vem de uma criança pequena, com menos de 5 anos, há fantasia. Quando a idade é maior, ele está manifestando uma dúvida. Ela está dizendo: eu estou crescendo, mas não sei como levo esse crescimento. Melhor dialogar, perguntar porque ela tem essa dúvida, o que achou, o que ouviu falar. Deixar a criança manifestar as ideias. Ela não quer necessariamente uma resposta do adulto, mas reafirmar que pode confiar nele. Dar uma resposta direta é sempre um pouco arriscado, porque ela pode ainda acreditar.

Mario Sérgio Cortella –  Adultos “crêem” em personagens de novelas ou filmes, por exemplo, e a fantasia dura sem data conclusiva; ficção o é para quem nela mergulha. Se a criança pergunta se o coelhinho de Páscoa existe mãe/pai podem dizer “É gostoso saber que para nós existe”; uma hora essa pergunta nem será mais feita. Para que contar a verdade? Afinal, verdade no caso de crenças é algo relativo. O senso de realidade virá quando a imaginação não for mais exclusiva no desenvolvimento daquela criança, e tanto o crescimento quanto o ambiente social vão selecionando as crenças que persistem.

 

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