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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Espumantes tintos harmonizam com feijoada

Confira quatro rótulos desses borbulhantes

Por Marcelo Copello
Atualizado em 20 jan 2022, 14h32 - Publicado em 19 jun 2020, 06h00
Tintos variados com bolhinhas: harmonização ideal (Divulgação/Divulgação)
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Talvez o prato brasileiro mais difícil na combinação com vinhos seja a feijoada. A receita oferece alto nível de sabor, aroma, sal, gordura e um toque de amargor do feijão-preto. Já testei na prática diferentes opções de harmonização com feijoada e o resultado sempre foi muito curioso.

Testei o prato com vários tipos de branco, tinto, rosado, espumante branco e rosé, e por fim espumante tinto. Nas provas, antes de servir a feijoada, o que menos agradou foi o espumante tinto. Junto com a feijoada, no entanto, esse foi o meu predileto. Um verdadeiro patinho feio transformado em cisne.

A explicação vem do fato de os borbulhantes rubros terem os taninos dos tintos agregados à acidez alta dos espumantes, causando certa estranheza ao paladar como aperitivo, mas brilhando ao ser combinados com comidas que trazem gordura e certo amargor, como a feijoada.

O que são os espumantes tintos e como são feitos?
Boa parte dos espumantes brancos e rosados leva uvas tintas na composição, só que sem extrair a cor de suas cascas, ou, no caso dos rosados, com mistura de uma pequena quantidade de tinto ao branco. Os espumantes tintos são feitos exatamente como se fazem os brancos e rosados, com a diferença da maceração das cascas com a extração de cor. O grande diferencial no resultado é que os espumantes tintos mantêm a alta acidez dos brancos e rosados, com o acréscimo dos taninos e adstringência dos vinhos tintos tranquilos.

Exemplos no mundo
A primeira vez que deparei com um espumante tinto foi quando morei na Itália, nos anos 1990. Vivia na Lombardia, região norte do país, e um vinho popular lá é o Sangue de Giuda (sangue de Judas), muito semelhante a um lambrusco. Mas o país no qual talvez os espumantes tintos estão mais ligados à culinária típica é Portugal.

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Na Bairrada, região centro-norte, onde os leitões assados são o prato emblemático, a combinação frequente e adequada são os espumantes tintos, feitos com a taninosa casta baga. No Brasil o fenômeno não chega a ser recente.

Lembro de provar espumantes tintos da Chandon décadas atrás. Lembro também que havia grande dificuldade de passar o conceito aos consumidores e esses produtos foram descontinuados. Hoje em dia, os produtores brasileiros voltaram a acreditar na categoria, com ótima resposta do público.

Confira algumas opções:

Espumantes tintos – Guatambu
Noite dos Pampas: rótulo da Guatambu (Divulgação/Divulgação)
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Guatambu Noite do Pampa Brut.
Merlot 100%, elaborado pelo método champanoise, com dezoito meses com suas borras. Aroma rico e frutado, paladar com taninos, mas macio. Custa R$ 62,90 no site vinhosevinhos.com.

Aliança Bruto Reserva Tinto.
Português de baga e tinta roriz feito pelo método champenoise, é encorpado. R$ 49,00 na Portus Cale (portuscale.com.br).

Casa Valduga RSV Brut Tinto.
Gaúcho com as castas merlot, chardonnay e pinot noir, é frutado e fácil de beber. Vendido no site da loja (famigliavalduga.com.br) por R$ 85,50.

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Medici Ermete Lambrusco Reggiano Concerto.
Italiano importado pela Decanter (R$ 163,10; decanter.com.br), tem bons taninos e acidez. É um expoente entre os lambruscos.

QMF Espumante Tinto.
Da Quinta da Mata Fidalga, tem touriga nacional e baga, típicas da Bairrada. R$ 129,00 pela Vinalla (WhatsApp, tel. 61 9606-4448).

Confira restaurantes com boas feijoadas aqui.

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