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Uma curadoria de exposições, cursos e novidades dos museus, galerias e institutos culturais de São Paulo. Por Mattheus Goto
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Parque Ibirapuera recebe obra de Ai Weiwei com mais de 1000 bicicletas

Forever Bicycles é uma dos trabalhos que o artista chinês exibe em uma mega exposição na Oca

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 out 2018, 19h17 - Publicado em 17 out 2018, 19h17

Os paulistanos têm um novo motivo para visitar o Parque Ibirapuera. A partir de sábado (20), um dos cartões postais da cidade recebe Forever Bicycles, obra do artista chinês Ai Weiwei, de 61 anos, constituída por cerca de 1.254 réplicas em aço inox do veículo de duas rodas.

O trabalho arquitetônico, com 9 metros de altura, é parte da mega exposição de Weiwei na Oca, chamada Raiz. Com curadoria do carioca Marcello Dantas, a mostra exibe um conjunto com setenta obras, 24 são inéditas e produzidas no Brasil.

Outro trabalho é Two Figures (2018), no qual aparecem dois moldes em gesso em escala humana. Um deles é do próprio artista. Outro, da brasileira Andreia Igreja, que mora na cidade de Trancoso, Bahia.

Two Figures: obra inédita do artista (Tatiane de Assis/Veja SP)

A instalação, finalizada nesta quarta (17), guarda uma curiosidade. O colchão onde repousam as esculturas foi um “presente” do curador ao artista. “Ele me ligou dizendo que queria o colchão que eu dormia. Disse ‘tudo bem’. Durmo nele há vinte anos, agora é  comprar outro”, conta Dantas.

Two Figures divide o subsolo da Oca com uma série de peças feitas com raízes de pequi-vinagreiro, espécie típica da Mata Atlântica. Parte do conjunto cria um percurso, onde é possível cruzar as esculturas, como que em uma caverna vazada de madeira.

 

Raízes: uma das séries que Weiwei apresenta na Oca (VEJA SP/Veja SP)

 

Há ainda nesse piso a clássica Straight (2008-2012), instalação composta por vergalhões de aço, recuperados de escolas da província de Sichuan que foram destruídas em 2008, depois de um terremoto. Pela primeira vez, o trabalho é exibido na íntegra.

Outra obra conhecida do artista presente na mostra é Sunflowers Seeds (2010). Feita junto a artesãos chineses, ela é composta por 40 milhões de peças em cerâmica, com formato de sementes de girassol.

A individualidade de cada participante, vista na pintura dos itens, resiste com delicadeza à monumentalidade do trabalho, que se relaciona à critica da produção em massa.

Esse trabalho foi também o gatilho para construção da parceria entre Dantas e Weiwei. “Em 2011, o encontrei e propus que trouxesse o modelo de criação de Sunflowers para o Brasil”. Os planos, no entanto, foram interrompidos pela prisão do artista por 81 dias, sob acusação de evasão de impostos em 2011. Após a liberação, ele ainda teve que permanecer em solo chinês, porque seu passaporte foi confiscado pelo governo. Somente em 2015, deixou a terra de Mao Tsé-Tung. 

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Vídeos do artista: dezessete obras espalhadas pelo pavilhão (Divulgação/Divulgação)

 

Desde então, Weiwei tem viajado periodicamente para o Brasil para construção da mostra. “É uma mutuofagia“, descreve Dantas sobre o processo do artista no país. Em ateliês no Ceará, Bahia e São Paulo, ele se alimenta da cultura brasileira, ao mesmo tempo, em que se doa às pessoas que encontra por aqui. Sobre a possibilidade da instalação de uma base permanente do artista no país Dantas despista: “Não sei, ele não tem planos, somente vai vivendo”.

Detalhe: a balsa inflável, de 16 metros de altura, que o artista exibiu no lago do Parque Ibirapuera, no dia 12,  também integra a mostra. Desta vez, no entanto, fora da água e dentro da Oca. O barco gigante, intitulado Lei da Jornada (Protótipo B) não nos deixa esquecer da crise de refugiados que assola o mundo.

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