Pequenas Certezas
- Direção: Fernanda D’Umbra
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Fechado há três anos, o porão do Centro Cultural São Paulo voltou à ativa com o espetáculo Pequenas Certezas. A arquitetura do local, conhecido como Espaço Cênico Ademar Guerra, serve de complemento para a diretora Fernanda D’Umbra criar a montagem do drama da autora mexicana Bárbara Colio entre vigas de concreto e paredes de cimento e tijolos aparentes. A interessante dramaturgia começa a ser apresentada através de duas tramas paralelas. Em Tijuana, os irmãos João (papel de Ivo Müller) e Sofia (papel de Rita Batata) tentam contornar a crise familiar e financeira instaurada com a partida do mais velho, Mário. Longe deles, na Cidade do México, a fotógrafa Natália (representada por Mariana Leme) está grávida de um homem com quem teve um namoro rápido e ganha o estímulo de uma amiga (a atriz Maria Fanchin) para abortar. Ao lado da mãe (interpretada por Chris Couto), uma mulher sensitiva e misteriosa, a jovem empreende uma jornada em busca de maiores informações sobre o pai de seu filho até Tijuana. Nesse momento, as duas histórias se cruzam cercadas de interrogações que, aos poucos, são decifradas através do encontro desses personagens. O texto provoca revelações o tempo inteiro até o desfecho surpreendente. A direção explora muito bem a maioria dos atores, principalmente Rita Batata, que sublinha o temperamento forte de Sofia de forma pouco óbvia. O mesmo não vale para Chris Couto. Intérprete de presença forte, ela contraria a experiência e, na segunda metade da peça, minimiza o efeito da personagem. A enigmática senhora se limita a parecer uma lunática e causa menos impacto que poderia no desfecho (90min). 12 anos. Estreou em 1º/12/2017. Até 28/1/2018. Não haverá apresentações nos fins de semana de Natal e Ano Novo.