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Basilicata se muda para imóvel maior e traz novidades

Padaria centenária no Bixiga expandiu seus negócios e contará com restaurante italiano

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 jan 2022, 10h23 - Publicado em 10 mar 2017, 19h10

As fornadas do pão italiano cascudinho, nos formatos redondo ou filão, atraem pequenas multidões à Basilicata, misto de padaria e empório tradicional do Bixiga. Quem mora no bairro se acostumou a ver o lugar apinhado nos fins de semana e a ouvir a mesma pergunta: como pode caber tanta gente em uma loja tão pequena?

Também colaboram para a área de 50 metros quadrados parecer ainda menor as paredes, geladeiras e vitrines forradas de ingredientes como azeites, queijos, massas, molhos, vinhos, doces, biscoitos… Pois então fotografe essa bagunça organizada na memória: o local como o conhecemos hoje, com todo o charme de antigamente, deixa de existir neste domingo (12). Mas é por pouquíssimo tempo.

Novas instalações: refeições serão servidas no piso superior (Leo Martins/Veja SP)

A partir de quinta (16), o estabelecimento reabre para o público na mesma calçada, no número 596 da Rua Treze de Maio, com o nome Basilicata — Pão, Empório e Restaurante. Bem maior que o velhusco ambiente da padaria, o novo espaço conta com 160 metros quadrados e junta o imóvel contíguo da família, onde antes da reforma os pães eram fatiados e embalados (e no qual alguns dos integrantes do clã viveram no passado), a uma outra casa de dois pisos.

O negócio surgiu há 103 anos, mas não é o ponto mais antigo do gênero na capital. A padaria pioneira é a Santa Tereza, fundada em 1872, no centro. A Basilicata está atualmente sob o comando da quarta geração de descendentes do fundador Filippo Ponzio: Toninho Laurenti, Nicola, Vittorio e Angelo Lorenti formam o grupo — a grafia do sobrenome pode variar, como explica o livro Padaria Basilicata (Editora Senac), lançado à época do centenário.

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O chef Rafael Lorenti: quinta geração da família (Leo Martins/Veja SP)

O investimento nesta nova fase do estabelecimento, calculam os donos, chega a 2,5 milhões de reais. A expectativa é ultrapassar o número de 12 000 clientes por mês, mais que o dobro do atual. Com a modernização (ou descaracterização, para alguns), as críticas dos mais nostálgicos serão inevitáveis. “Se tivéssemos nos mantido no passado, ainda venderíamos vassoura e pasta de dentes”, provoca o sócio Angelo Lorenti.

Com projeto arquitetônico do modernoso SuperLimão Studio, o novo ambiente ficou bem confortável, ainda que despido daquela atmosfera genuína de décadas atrás. O teto é recoberto de pás de padeiro e a decoração exibe relíquias como a balança e a caixa registradora restauradas. Na área do empório, os produtos não parecem mais amontoados.

Fusilli ao molho de tomate com farofinha de pão: uma das opções do novo endereço (Leo Martins/Veja SP)

Em vez disso, ocupam prateleiras espaçadas, e a oferta foi incrementada com sorvete e até bacalhau congelado. Atendendo a uma antiga demanda do público, a área passou a contar também com mesinhas, onde será possível comer a tradicional sfogliatella com um expresso Illy ou mordiscar um sanduíche de porchetta na ciabatta, novidade do cardápio. No piso superior fica o restaurante, estabelecimento inédito no histórico da família e o grande novo orgulho dos sócios.

Quem cuida de forno e fogão é o chef Rafael Lorenti, de 27 anos. Na árvore genealógica, o rapaz, formado em gastronomia pela Anhembi Morumbi, é filho de Angelo e integra a quinta geração do clã. Seu menu, com pratos a partir de 35 reais, foca o sul da Itália e tenta escapar das receitas servidas em porções gigantes na vizinhança cantineira.

Entre as pedidas está o fusilli artesanal com molho de tomate salpicado com farofinha de pão temperada. Uma das poucas opções para compartilhar, o stinco de vitela assado chega com batata rústica, ervilha assada e purê de grão-de-bico. Apesar do cardápio mais atualizado, o jovem diz que teve o aval dos mais velhos. “A nonna opinou em tudo”, jura.

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