Butantan pede autorização da Anvisa para testar soro contra Covid
O instituto afirma que tem 3 000 ampolas prontas para o início dos testes
O Instituto Butantan enviou nesta sexta-feira (5) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido de autorização para realizar estudos clínicos em humanos do soro anti-SARS-COV-2, desenvolvido a partir do plasma de cavalos.
“A expectativa é que na próxima semana a Anvisa já possa autorizar o início destes testes. Aliás, não há razão para protelar a autorização para o início destes testes, já que todas as informações necessárias foram providas pelo Instituto Butantan para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, disse Doria. “O soro desenvolvido pelo Butantan tem grande potencial para evitar o agravamento dos sintomas e curar os contaminados pela Covid-19”, completou.
O soro é feito a partir de um vírus inativado por radiação e aplicado em cavalos, que produzem anticorpos do tipo IgG no sangue. O material inativo não provoca danos aos animais e nem se multiplica no organismo. Os técnicos retiram o plasma do sangue do cavalo e, na sede do Butantan, anticorpos são separados e se transformam no soro ‘anti-Covid-19‘.
A instituição estava desenvolvendo a substância desde o ano passado com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Até então, o soro só foi testado em animais. Em ratos, identificou-se uma diminuição da carga viral, redução do processo inflamatório e preservação da estrutura pulmonar.
O Butantan afirma que tem 3 000 ampolas prontas para o início dos testes. O objetivo do medicamento é diminuir a gravidade dos sintomas. Ele seria usado apenas em pessoas já infectadas.
Os estudos clínicos estão sendo conduzidos pelo infectologista Esper Kallás, da USP, e pelo nefrologista José Medina, ambos integrantes do Centro de Contingência do Coronavírus do governo estadual.