Morre Pelé, o rei do futebol, aos 82 anos
O ex-jogador foi internado em 29 de novembro, mas deixou de responder à quimioterapia e passou a receber cuidados paliativos
Rei do futebol, Pelé morreu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos no Hospital Israelita Albert Einstein. Ele lutava contra um câncer no cólon e fazia tratamento desde setembro do ano passado.
No início do ano, o ex-jogador foi diagnosticado com metástases no intestino, no pulmão e no fígado. Voltou a ser internado em 29 de novembro com uma infecção respiratória. Para tratá-la, passou a receber cuidados paliativos como medidas de conforto para a dor.
A família do craque publicou uma mensagem em seu perfil oficial. “A inspiração e o amor marcaram a jornada de Rei Pelé, que pacificamente faleceu no dia de hoje. Em sua jornada, Edson encantou todos com sua genialidade no esporte, parou uma guerra, fez obras sociais no mundo inteiro e espalhou o que mais acreditava ser a cura para todos os nossos problemas: o amor. A sua mensagem em vida se transforma em legado para as futuras gerações. Amor, amor e amor, para sempre”, diz o texto.
Uma de suas filhas, Kely Nascimento, também publicou uma mensagem de despedida e agradecimento ao pai no Instagram. “Tudo que nos somos é graças a você. Te amamos infinitamente. Descanse em paz”, escreveu.
Ainda não há detalhes sobre o velório, mas uma estrutura foi montada na Vila Belmiro para a vigília. O sepultamento ocorrerá em Santos, cidade que marcou sua trajetória profissional.
Trajetória
Edson Arantes do Nascimento nasceu em 23 de outubro de 1940, na cidade de Três Corações, em Minas Gerais. Filho de Celeste Arantes e do ex-jogador José Ramos do Nascimento, com quem aprendeu a jogar, o rei do futebol deu seus primeiros passos no esporte nas ruas de Bauru, cidade do interior paulista para onde sua família se mudou durante sua infância.
O apelido Pelé foi criado na época da escola, por conta da forma que pronunciava o nome de seu jogador favorito, o goleiro Bilé do Vasco da Gama de São Lourenço, time inspirado no homônimo carioca.
O rapaz defendeu várias equipes amadoras de futebol de campo e salão e, ao completar 15 anos, foi aprovado em um teste no Santos. Ele passou a atuar na equipe em junho de 1956 e sua performance excepcional garantiu uma convocação para a seleção brasileira no ano seguinte, em 1957, para participar da Copa Roca.
O título de rei veio pela primeira vez aos 17 anos, pelas mãos do dramaturgo Nelson Rodrigues, em uma crônica sobre um jogo entre America e Santos: “O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento”. Mas a coroação se tornou definitiva com a conquista do primeiro título em uma Copa do Mundo da Fifa para o Brasil, em 1958, com uma vitória de 5-2 na final contra a Suécia.
Até o fim de sua carreira na seleção ele venceria o torneio mais duas vezes, feito até hoje inédito na história do Mundial e que lhe garantiu um reconhecimento do Guinness World Records. A instituição também premiou o mineiro como o melhor marcador na história do futebol, com 1.283 gols em 136 jogos. Em 1981, ele recebeu do jornal francês L’Equipe o prêmio de “Atleta do Século”.
Em novembro de 1969, ele marcou seu milésimo gol na vitória do Santos por 2 a 1 contra o Vasco, no Maracanã.
Quase unanimidade entre os fãs de futebol, o ex-jogador enfrentou diversas polêmicas em sua vida pessoal, como a que envolveu o reconhecimento da paternidade de uma de suas filhas, Sandra Regina. Casado desde 2016 com a empresária Márcia Cibele Aoki, Pelé teve sete filhos. Fora dos campos, participou ainda de filmes, novelas e chegou a gravar músicas, uma delas com Elis Regina.