Exame aponta tripla infecção em paciente: Covid, Influenza e resfriado
Médica ginecologista de 49 anos já havia tomado as três doses da vacina da Covid-19 e também a de gripe; caso evoluiu bem
Uma médica ginecologista de 49 anos, moradora da cidade de Botucatu, no interior de São Paulo, foi diagnosticada com três vírus ao mesmo tempo: adenorívus (um dos vírus que provoca o resfriado), SarsCov-2 (Covid-19) e Influenza A (gripe).
Segundo o médico que a atendeu, o infectologista Alexandre Naime Barbosa, a paciente procurou seu consultório particular no dia 22 de dezembro com queixas de febre, dores no corpo e na garganta.
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Ele afirmou que a mulher se infectou mesmo tendo sido imunizada com três doses de vacina contra a Covid-19 e também a vacina da gripe, administrada em maio de 2021.
“Foi uma evolução benigna e com acompanhamento ambulatorial”, afirmou Naime, também chefe do departamento de Infectologia da Unesp (Universidade do Estado de São Paulo) em Botucatu.
Um dos motivos que pode ter explicado a infecção por três vírus é a de que ela participou de vários eventos sociais de forma consecutiva no mês de dezembro, segundo o médico.
“Muita gente achava que a pandemia havia acabado. Na minha visão foi uma superexposição. Ela se vulnerabilizou demais”, afirmou.
Segundo Naime, o caso da médica não é tão incomum, e a coinfecção –quando mais de um vírus acomete um organismo ao mesmo tempo– é recorrente em casos de síndrome gripal.
“Flurona”
Conforme explica a médica infectologista Regia Damus Fontenele Feijó, da Rede D’Or, os casos da chamada “flurona” – junção dos termos “gripe” (“flu”, em inglês) e “corona” — que vem apresentando alta nos últimos dias, se dá porque a circulação dos dois vírus, o H3N2 Darwin, a nova cepa da Influenza, e a da variante Ômicron ainda são muito “eficientes”.
“Estamos observando esse aumento de casos de coinfecção já que a transmissão é a mesma, com geração de gotículas e aerossóis. A alta circulação desses dois vírus faz com que eles consigam transmitir de forma eficiente”, afirma a infectologista.
Tanto Naime quando Regia afirmam que ainda não existem dados científicos que comprovem se a coinfecção traz maiores riscos.
E, por não se tratar de uma doença, os casos de agravo estão relacionados a cada uma das doenças –gripe ou Covid.
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